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Jim Mattis desmentiu qualquer intenção de deixar a chefia do Pentágono, mas também não esconde que não gosta de Washington. | Saul Loeb/AFP
Jim Mattis desmentiu qualquer intenção de deixar a chefia do Pentágono, mas também não esconde que não gosta de Washington.| Foto: Saul Loeb/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o secretário da Defesa do país, Jim Mattis, pode estar avaliando se renunciará ao cargo e disse que vê o chefe do Pentágono como “meio que um democrata”, uma crítica velada a um de seus mais populares secretários de gabinete. “Eu tenho um relacionamento muito bom com ele. Eu almocei com ele há dois dias”, disse Trump ao programa 60 Minutes, em entrevista que vai ao ar neste domingo. “Pode ser que ele esteja” saindo do cargo, disse Trump, respondendo a uma pergunta sobre se ele quer que Mattis saia.

“Eu acho que ele é meio que um democrata, se você quer saber a verdade”, continuou o presidente. “Mas o general Mattis é um bom sujeito. Nós nos damos muito bem. Ele pode sair. Quero dizer, em algum momento, todo mundo sai. Todos. As pessoas vão embora. Isso é Washington.” Mattis, um general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais, não se identifica publicamente com nenhum dos principais partidos políticos.

Em resposta ao comentário do presidente, o coronel do Exército Rob Manning, porta-voz do Pentágono, disse em um comunicado que “o secretário Mattis está focado no trabalho – assegurando que as Forças Armadas dos EUA continuem sendo a força mais letal do planeta”.

No mês passado, após a publicação do livro Medo: Trump na Casa Branca, em que o autor Bob Woodward retratou Mattis como fora de sintonia com a Casa Branca, o chefe da defesa descreveu relatos de sua possível saída como “ficção” e repetidamente rejeitou falar de sua renúncia ou demissão.

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Nas últimas semanas, Mattis disse a autoridades do Pentágono que não tinha planos de renunciar. Alguns dentro do Pentágono disseram temer que Mattis fosse instado a sair por meio dos comentários públicos de Trump, semelhantes ao caso do tenente-general HR McMaster, que em abril deixou de ser conselheiro de segurança nacional do presidente, e de Jeff Sessions, que deve deixar o seu posto de procurador-geral no fim deste ano.

Pesquisas realizadas no início deste ano, bem como no ano passado, mostraram Mattis com forte apoio público entre os membros do gabinete de Trump. Mas sua influência dentro da administração diminuiu nos últimos meses, particularmente após a chegada de John Bolton como conselheiro de segurança nacional e do ex-diretor da CIA Mike Pompeo como secretário de Estado. Mais recentemente, enquanto Pompeo e Bolton classificaram o Irã como a maior ameaça ao Oriente Médio, o Pentágono transferiu equipamentos militares para fora da região e para a Rússia e a China, que os militares consideram maiores ameaças.

No livro de Woodward, Mattis é repetidamente retratado conduzindo lentamente diretivas presidenciais com as quais discordava, como um pedido de Trump para investigar o assassinato do presidente sírio, Bashar Assad. Mattis não esconde seu desdém por Washington. “Estou tão feliz por estar fora de Washington agora que eu poderia chorar”, disse no mês passado, enquanto falava no Instituto Militar da Virgínia. Mattis deve fazer uma viagem de uma semana ao Vietnã e a Cingapura.

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