O republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton enfrentam um desafio ao seu favoritismo na corrida pelas indicações presidenciais americanas desta terça-feira no Wisconsin , onde as pesquisas os colocam de forma incomum em segundo lugar.
A votação é a primeira após 10 dias de descanso na campanha para escolher os indicados, e pode ser determinante tanto para republicanos quanto para democratas, à medida que o processo se aproxima de seu último terço sem que nenhum aspirante tenha conquistado a vitória.
Pela primeira vez desde fevereiro, Trump aparece atrás nas pesquisas e na defensiva. Seu principal rival, o senador ultraconservador Ted Cruz, é o favorito no estado produtor de leite.
Segundo as pesquisas, Cruz tem 40% das intenções de voto, contra 35% de Trump. O governador de Ohio, John Kasich, acumula 18%.
Mas se Trump, que cavalga sobre uma onda de raiva contra o “status quo” e a classe política, arrancar uma vitória no Wisconsin, poderá sufocar as aspirações de Cruz, filho de um imigrante cubano.
“Se formos bem aqui, gente, isso termina”, afirmou Trump em um evento realizado na segunda-feira na localidade de La Crosse, oeste do estado.
Assim como Trump, Hillary não é a favorita entre os democratas no Wisconsin, onde enfrenta o ascendente senador Bernie Sanders, que venceu cinco das últimas seis primárias.
Mas abril parece promissor para a ex-secretária de Estado, que avança com uma vantagem de dois dígitos sobre Sanders em Nova York - estado pelo qual foi senadora -, que vota em 19 de abril, e na Pensilvânia, que vai às urnas uma semana depois.
Trump, o magnata imobiliário de 69 anos, também lidera as pesquisas nestes dois estados, de modo que o Wisconsin aparece como uma batalha determinante para as forças antiTrump.
“Para Cruz é uma vitória muito importante. Para Trump, não é uma derrota crítica”, afirmou à AFP Timothy Hagle, professor da Universidade de Iowa.
“Ele é justo”Mas Trump teve uma semana difícil, com sua aura de invencibilidade afetada por escândalos: seus recentes e polêmicos comentários contra o aborto, sobre a esposa de Cruz e contra uma jornalista que denunciou ter sido agredida pelo diretor de campanha do empresário diminuíram ainda mais o apoio das mulheres, segundo as pesquisas.
Para voltar a ganhar o voto feminino, Trump se aproveitou pela primeira vez de uma incomum intervenção de sua esposa Melania. Esta ex-modelo eslovena tomou a palavra para defender um “grande líder” que trata a todos, “homem ou mulher, por igual”. “Ele é justo”, disse Melania Trump, de 45 anos.
O vencedor das primárias republicanas do Wisconsin conquistará a maioria dos 42 delegados em disputa. Uma vitória seria um importante impulso para a campanha de Cruz, embora suas possibilidades matemáticas de alcançar Trump sejam muito pequenas.