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O promotor especial Jack Smith apresentou nesta quinta-feira (27) novas acusações contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (2017-2021) em um processo por suposta manipulação de documentos confidenciais durante o período em que esteve na Casa Branca.
Trump recebeu uma acusação adicional de "retenção intencional de informações de defesa nacional" e duas por "obstrução", relacionadas a supostas tentativas de remover imagens do sistema de monitoramento por vídeo em sua residência em Mar-a-Lago, no Estado da Flórida.
O promotor também acusou uma terceira pessoa, Carlos de Oliveira, no caso envolvendo o manuseio de documentos confidenciais encontrados na casa do ex-presidente.
De acordo com o processo judicial, Oliveira, de 56 anos, foi o funcionário que ajudou Waltine Nauta, assistente pessoal de Trump e também acusado, a transportar caixas de documentos confidenciais em Mar-a-Lago depois que o Departamento de Justiça dos EUA intimou pela primeira vez Trump sobre o caso, em maio.
O ex-presidente, que já acumulou 37 acusações criminais, se manifestou nessa quinta-feira contra as três novas acusações e disse que elas são "ridículas" e "intromissão eleitoral no mais alto nível", de acordo com a rede de televisão Fox News.
Trump e Nauta foram indiciados no mês passado e ambos se declararam inocentes de todas as acusações.
A promotoria também acusa Oliveira do crime de fazer declarações e representações falsas durante um depoimento voluntário que deu ao FBI em 13 de janeiro de 2023, de acordo com a rede CNN.
Um porta-voz de Trump descartou as novas acusações como "nada mais do que uma tentativa contínua, desesperada e agitada" do governo do presidente Joe Biden de "assediar o ex-presidente e aqueles ao seu redor", além de influenciar a corrida presidencial de 2024.
Alguns desses crimes são puníveis com até 20 anos de prisão e uma multa de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1 milhão na cotação atual).
A juíza Aileen Cannon marcou o início do julgamento do ex-presidente dos EUA Donald Trump para 20 de maio de 2024, pouco mais de seis meses antes das próximas eleições presidenciais do país, nas quais ele e Biden podem voltar a se enfrentar nas urnas.