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Estados Unidos

Em entrevista a Musk, Trump volta a culpar Kamala pela crise migratória: “Era a responsável pela fronteira”

Trump concedeu entrevista ao bilionário Elon Musk no X na noite desta segunda-feira (12) (Foto: EFE/Edward M. Pio Roda)

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Em entrevista ao bilionário Elon Musk, dono do X, na noite desta segunda-feira (12), o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a culpar a vice-presidente e sua adversária na eleição de novembro, a democrata Kamala Harris, pela crise migratória na fronteira com o México.

“Ela era a czarina da fronteira, você não precisa chamá-la assim, mas ela estava encarregada da fronteira, e a fronteira está no pior momento possível”, disse Trump, que alegou que governos autoritários de outros países, como a Venezuela, estão tirando pessoas de prisões e levando-as para a fronteira sul dos Estados Unidos, ameaçando-as de morte caso retornem.

O governo Joe Biden afirma que, em março de 2021, o presidente designou Kamala para liderar a coordenação com os governos da Guatemala, Honduras e El Salvador, de onde saem muitos migrantes ilegais que chegam aos Estados Unidos pela fronteira com o México, com o objetivo de melhorar condições de vida nesses países, e não combater diretamente a migração ilegal.

Musk começou perguntando sobre a tentativa de assassinato contra Trump em um ataque a tiros num comício na Pensilvânia em julho.

“Foi um milagre, [ter sido atingido apenas na orelha foi] pelo ângulo que eu estava, eu estava mostrando um gráfico com dados de migração. Eu gosto ainda mais dele agora”, brincou Trump, que disse ter ajudado a família da vítima fatal e dos outros feridos no ataque.

O republicano elogiou o Serviço Secreto pela rapidez com que os agentes se jogaram sobre ele, mas afirmou que houve “falta de coordenação” nos preparativos de segurança para o comício e que o edifício onde estava Thomas Matthew Crooks, autor dos disparos morto no local, deveria ter agentes no telhado.

Depois, Trump começou a falar da imigração ilegal e disse que políticas do seu governo (2017-2021) foram desmanteladas pelos democratas.

“Os números [de migração] estavam muito bons, mas depois você vê o que Joe [Biden] e Kamala fizeram, simplesmente deixaram as pessoas entrarem”, disse o republicano.

Trump depois reiterou seu argumento de que a invasão russa à Ucrânia e os ataques do Hamas a Israel não teriam ocorrido se ele fosse presidente dos Estados Unidos.

“A Rússia derrotou a Alemanha [nazista] conosco, e eles derrotaram Napoleão. Eles estão por aí há muito tempo. Eles são uma grande força de combate, e é muito injusto. E a Ucrânia agora não tem homens suficientes, eles estão usando homens jovens e homens muito velhos para lutar, e estamos em uma posição muito ruim. E eu não vou culpar [Biden], exclusivamente, mas posso te dizer, eu poderia ter impedido isso, e um presidente inteligente poderia ter impedido isso”, afirmou.

“Isso pode levar à Terceira Guerra Mundial, o [atual conflito no] Oriente Médio pode levar à Terceira Guerra Mundial”, acrescentou.

“As pessoas falam do aquecimento global. A maior ameaça não é essa. A maior ameaça é o aquecimento nuclear, porque temos cinco países agora que têm poder nuclear significativo”, disse o republicano.

Quando Musk sugeriu que o governo americano deveria ter uma comissão para aumentar a eficiência dos gastos públicos, Trump sugeriu colocar o empresário para comandar esse grupo. “Eu adoraria que você fizesse isso. Você é o maior cortador de gastos”, disse, em referência às demissões no X depois que o bilionário comprou a plataforma.

Trump voltou a falar de Kamala, ao afirmar que ela é uma “radical de esquerda de São Francisco”. “Ela destruiu São Francisco [quando foi procuradora distrital] e como procuradora-geral, destruiu a Califórnia”, acusou, alegando que a criminalidade no estado aumentou. “Ela é mais radical que Bernie Sanders. Ela acredita em tirar dinheiro da polícia, ela acredita em não permitir mais fracking.”

Musk concordou e disse que Kamala vem sendo retratada como “moderada”, mas na verdade seria “uma extremista de esquerda”.

A entrevista sofreu um atraso de 45 minutos devido a problemas técnicos no X. Ela deveria começar às 21 horas (horário de Brasília), mas usuários da plataforma não conseguiram acessar o conteúdo. Musk afirmou que houve um ataque cibernético à rede social.

“Parece haver um ataque DDOS massivo ao X. Estamos trabalhando para acabar com ele. Na pior das hipóteses, prosseguiremos com um número menor de ouvintes ao vivo e postaremos a conversa mais tarde”, escreveu Musk na rede social. “Testamos o sistema [com sucesso] com 8 milhões de ouvintes simultâneos hoje mais cedo.”

DDOS, da sigla em inglês para ataque distribuído de negação de serviço, é um tipo de ofensiva hacker por meio do qual um site é sobrecarregado com tráfego falso com o objetivo de derrubá-lo.

Pouco depois, a transmissão começou. “Esse ataque massivo mostra como há resistência a simplesmente ouvir o que o presidente Trump tem a dizer”, disse o bilionário na abertura da entrevista.

Musk, que em 2022 disse preferir Ron DeSantis como candidato republicano à Casa Branca e que Trump seria “muito velho” para governar os Estados Unidos caso conseguisse um segundo mandato (terá 82 anos em janeiro de 2029, quando seu substituto tomaria posse), agora apoia o ex-presidente.

Grande desafeto dos democratas, ele anunciou em julho que vai transferir a sede de duas empresas suas, a X e a SpaceX, da Califórnia para o Texas, em razão de leis, que apontou como sendo contra “famílias e empresas”, promulgadas pelo governador Gavin Newsom.

Na semana passada, ele escreveu no X que Kamala “é literalmente uma comunista”. “Ela não quer apenas oportunidades iguais, mas resultados iguais”, disse, sobre declarações da democrata defendendo políticas de “equidade” na administração pública.

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