O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou a repórteres nesta quarta-feira (24) que está disposto a depor ao FBI sobre a investigação que apura se houve interferência russa nas eleições de 2016.
"Eu adoraria fazê-lo, o mais rápido possível", declarou, confirmando que prestaria o depoimento sob juramento.
Trump não chegou a ser intimado pelo FBI para depor - ao menos por enquanto. A expectativa sobre uma eventual convocação do presidente cresceu depois que o procurador especial Robert Mueller, que conduz a investigação, chamou o secretário da Justiça, Jeff Sessions, e o ex-diretor do FBI James Comey para depor.
As recentes oitivas indicam que Mueller pretende esclarecer episódios ligados a uma eventual obstrução da Justiça ou abuso de poder - o que pode servir de base para um pedido de impeachment de Trump.
"Agora, estão dizendo: 'ah, mas ele lutou contra [a investigação]? Ah, é obstrução'", afirmou Trump, que disse esperar que Mueller seja "justo" com sua administração.
O presidente já chamou a investigação do FBI de uma "caça às bruxas" e criticou publicamente o Departamento de Justiça por não priorizar suspeitas contra sua ex-adversária Hillary Clinton.
O republicano nega ter feito conluio com os russos e diz esperar que a investigação seja concluída brevemente.
Suspeita de obstrução
As suspeitas contra Trump por uma eventual obstrução são motivadas por vários episódios.
Os motivos da demissão de Comey, por exemplo, que depôs ao FBI, permanecem nebulosos.
Também pesa contra o presidente o relato de ele ter pressionado Sessions a permanecer à frente das investigações do FBI sobre o caso, a fim de protegê-lo - o que não surtiu efeito, já que o secretário se afastou da investigação em março de 2017.
Mais recentemente, a imprensa noticiou que Sessions sugeriu ao novo diretor do FBI, Christopher Wray, que demitisse seu adjunto, Andrew McCabe, e o principal advogado da instituição, a quem o presidente perguntou em quem tinha votado na eleição de 2016.
Aos jornalistas, Trump disse que esperava falar com Mueller nas próximas "duas ou três semanas", mas negou novamente que tenha feito conluio com os russos.