O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou neste domingo, 17, que solicitou aos países da Europa que recebam mais de 800 combatentes do Estado Islâmico capturados na Síria e os levem a julgamento em seu território. Os jihadistas europeus foram capturados durante operações americanas.
"O califado está pronto para cair", afirmou Trump no Twitter. "Fazemos muito e gastamos muito. É hora de outros darem um passo adiante e fazerem o trabalho." Se os europeus não assumirem os jihadistas, o presidente americano sugeriu que pode libertá-los.
Em resposta a Trump, o ministro da Justiça da Bélgica, Koen Greens, defendeu uma "solução europeia" para a repatriação dos jihadistas. O melhor a se fazer, segundo ele, é encontrar uma solução que tenha o maior apoio possível com o menor dos riscos.
Saiba mais: O desespero do êxodo do último vilarejo controlado pelo Estado Islâmico
Greens não entrou em detalhes sobre a solução e afirmou apenas que é preciso descartar a possibilidade de uma simples libertação dos prisioneiros na Síria, entre os quais estimou haver um número "muito limitado" de belgas. Segundo os americanos, a maioria dos jihadistas do EI capturados vem de Reino Unido, Alemanha e França.
Na sexta-feira, Trump disse que, em um prazo de 24 horas, faria um "grande anúncio" sobre a Síria e a luta contra o Estado Islâmico. Na mesma sequência de mensagens no Twitter neste domingo, o presidente americano afirmou que os EUA estavam se retirando da Síria após uma vitória de "100% sobre o califado". No entanto, vários comandantes de seu Exército e da aliança internacional que estão em combate disseram que as afirmações não representavam a realidade no terreno.
Os últimos jihadistas lutavam neste domingo na cidade de Al-Baguz, na margem oriental do Rio Eufrates, em sua passagem pela Província de Deir ez Zor, perto da fronteira iraquiana. Além disso, o EI ainda tem presença em algumas zonas desérticas da Síria. Por isso, Al-Baguz é considerado o último enclave do chamado "califado", que os jihadistas proclamaram em meados de 2014, na Síria e no Iraque.
Moderação
Ainda no domingo, o enviado especial dos EUA à Síria afirmou que os americanos não farão uma retirada abrupta de suas tropas e consultarão aliados sobre o assunto.
"Temos dito a eles (aliados) continuamente que isso não será uma retirada abrupta e rápida, mas uma retirada passo a passo", afirmou James Franklin Jeffrey, durante a Conferência de Segurança de Munique, ao falar sobre as preocupações dos aliados sobre a decisão dos EUA de retirar 2 mil soldados da Síria, anunciada por Trump em dezembro.
Saiba mais: O Estado Islâmico está mesmo derrotado?
No fim de semana, a aliança militar liderada pelos curdos, as Forças da Síria Democrática (FDS), afirmou que a luta contra o EI terminará em "questão de dias". Segundo a FDS, a única coisa que impede a declaração de vitória é a libertação dos prisioneiros retidos pelo grupo.
A aliança organizou uma reunião entre representantes regionais, conselhos e instituições militares para discutir a fase final da ofensiva e a estratégia posterior à derrota "militar do califado". A aliança deixou claro que a luta não estará encerrada enquanto todos os prisioneiros não forem liberados. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por que a direita brasileira vê na eleição de Trump um impulso para o seu plano em 2026
Bolsonaro prevê desafios para Lula, seja com vitória de Trump ou Kamala; assista ao Entrelinhas
Trump e Kamala empatam na primeira urna apurada nas eleições dos EUA
As eleições nos EUA e o antiamericanismo esquerdista