O ex-presidente Donald Trump retornou neste sábado (5) a Butler, na Pensilvânia, local onde, em julho deste ano, um homem tentou assassiná-lo. Foi o primeiro caso desse tipo em décadas, desde o episódio contra o então presidente e também republicano Ronald Reagan em 1981.
Divulgado como o "tributo ao espírito americano", o comício de Trump conta com a presença dezenas de milhares de pessoas, além do seu companheiro de chapa, o senador de Ohio JD Vance, e o bilionário Elon Musk.
De acordo com informações locais, hotéis, motéis e pousadas ficaram completamente lotados, e muitos dos simpatizantes de Trump já haviam chegado à cidade na sexta-feira, demonstrando a grande mobilização que o evento tem gerado. No local, os apoiadores de Trump tiveram que passar por revistas e alguns atiradores foram colocados em telhados para garantir a segurança do local.
Segundo o jornal americano "The New York Times", o Serviço Secreto dos EUA mobilizou centenas de agentes e autoridades policiais locais para garantirem a segurança do comício, buscando fechar as lacunas que o deixaram vulnerável a uma tentativa de assassinato no mesmo local em julho. O Serviço Secreto admitiu que em julho houve falhas da equipe, o que possibilitou o atentado.
A campanha de Trump considera esse retorno um momento importante para homenagear as vítimas do atentado ocorrido em julho, no qual o bombeiro voluntário Corey Comperatore foi morto, e outros dois homens, David Dutch e James Copenhaver, foram feridos.
O ataque, que foi conduzido por Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, deixou muitas perguntas sobre a segurança presidencial, já que o agressor conseguiu driblar o Serviço Secreto e abrir fogo durante o comício. Crooks foi posteriormente morto por atiradores de elite no local, mas as falhas de segurança ainda são alvo de investigação.
Butler é um reduto conservador importante para Trump, sendo uma área majoritariamente republicana e onde ele obteve 66% dos votos nas eleições de 2016 e 2020. O condado é conhecido pela alta taxa de participação eleitoral, com cerca de 80% dos eleitores comparecendo às urnas.
No entanto, a volta de Trump à cidade tem gerado divisões na comunidade. Enquanto seus apoiadores veem sua presença como um sinal de força e resiliência, outros, como a moradora Heidi Priest, expressam preocupações sobre o aumento das tensões políticas. Trump, por sua vez, busca mobilizar ainda mais seus eleitores em áreas conservadoras cruciais como Butler County, na esperança de garantir a vitória no estado da Pensilvânia nas próximas eleições.
A centenas de quilômetros de distância, a vice-presidente Kamala Harris esteve em Charlotte, Carolina do Norte, para uma reunião informativa sobre os esforços de recuperação em áreas atingidas pela tempestade Helene.
Com a campanha eleitoral em andamento, tanto Trump quanto seus adversários, como Harris, estão investindo pesadamente na Pensilvânia, um estado decisivo nas eleições presidenciais. O comício de hoje será um termômetro importante da força política de Trump na região, enquanto ele se prepara para mais uma tentativa de reconquistar a Casa Branca.