O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (20) novas sanções contra o banco central do Irã, dizendo que essas são "as mais altas sanções impostas a um país".
O Irã "está indo para o inferno" e está "praticamente quebrado", disse Trump. Um dia antes, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Javad Zarif, disse que qualquer ataque militar contra o seu país provocaria "guerra total".
O Fundo de Desenvolvimento Nacional do Irã também foi sancionado. Autoridades dos EUA acusam o fundo multibilionário de financiar operações militares e terroristas.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, presente na reunião na Casa Branca, disse que "agora cortamos todos as fontes de fundos para o Irã".
Trump havia prometido impor novas sanções no começo desta semana após um ataque de drones e mísseis contra instalações de petróleo da Arábia Saudita. Os EUA e a Arábia Saudita acusaram o Irã de ter comandado o ataque. As sanções dão continuidade a uma série de medidas de "pressão máxima" que incluem proibição às exportações de petróleo iranianas.
Trump se reunirá nesta sexta-feira com a sua equipe de segurança nacional para discutir opções adicionais para responder ao Irã.
"Partir para cima do Irã seria uma decisão muito fácil", Trump disse em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, após reunião entre os dois no Salão Oval. "A maioria das pessoas pensou que eu partiria para cima em dois segundos", afirmou, referindo-se a um ataque militar dos EUA.
"Acho que estou mostrando grande comedimento. Muitas pessoas respeitam isso, outras não", disse o presidente, referindo-se aos conselhos que recebeu sobre um possível ataque militar dos EUA. "Eu não faço isso por ninguém. Faço isso pelos EUA, o que é bom para nossos aliados. E está funcionando muito bem".
O Departamento do Tesouro afirmou que o Banco Central do Irã, cujos diretores foram sancionados no ano passado, financia diretamente a Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica, designada como organização terrorista por apoiar milícias proxies no Iraque, Síria, Iêmen e outros lugares.
Outros governos agora estão "avisados que estão arriscando a integridade de seus sistemas financeiros ao continuar a trabalhar com o braço de financiamento do terrorismo do regime iraniano, seu Banco Central", disse Sigal Mandelker, principal autoridade do Tesouro em financiamento ao terrorismo, em comunicado.
O banco central foi sancionado pela primeira vez pelo Congresso em 2011, mas essas restrições haviam sido suspensas pelo governo Obama sob o acordo nuclear de 2015 com o Irã. As sanções contra o Fundo Nacional de Desenvolvimento, no entanto, são inéditas.
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