O presidente eleito dos EUA Donald Trump insistiu, neste sábado (7), em sua vontade de se aproximar da Rússia, mas, ao mesmo tempo, designou como novo diretor de Inteligência um ex-senador que sofre sanções de Moscou, um gesto que deve tranquilizar aqueles que temem que ele seja condescendente com o governo russo. “Ter uma boa relação com a Rússia é uma coisa boa, não uma coisa ruim. Apenas estúpidos ou imbecis achariam ruim”, indicou Trump em uma série de mensagens publicadas no Twitter neste sábado.
A posição vai de encontro a de numerosos legisladores republicanos historicamente hostis a Moscou. “Já temos problemas suficientes no mundo para somar mais um. Quando for presidente, a Rússia irá nos respeitar muito mais do que agora, e nossos dois países talvez trabalhem juntos para resolver alguns dos grandes problemas deste mundo”, publicou Trump.
Mas a linha de conduta do presidente eleito continuava difícil de definir, uma vez que, ao mesmo tempo em que ele expressava desejo de trabalhar com a Rússia, anunciava a nomeação de Dan Coats para o posto estratégico de diretor nacional de Inteligência. Coats é alvo de sanções por autoridades russas.
Esta designação é um tema sensível para o líder populista milionário, em plena polêmica com os serviços de inteligência americanos envolvendo os ataques de informática atribuídos à Rússia durante a eleição presidencial americana, em novembro passado.
Trump manifestou publicamente ceticismo envolvendo a ingerência russa, contrariando os órgãos de inteligência americanos, que publicaram ontem um relatório acusando diretamente o presidente Vladimir Putin.
O republicano voltou à carga neste sábado, sempre no Twitter, denunciando a “negligência grave” do Partido Democrata, que, segundo ele, permitiu que fossem hackeadas milhares de mensagens eletrônicas de líderes daquele partido.
Proibido de entrar na Rússia
”As informações indicam muito claramente que não existe absolutamente nenhuma prova de que a ação dos hackers tenha interferido nos resultados da eleição”, publicou Trump.
A designação de Dan Coats, 73, senador republicano por Indiana em final de mandato, deve tranquilizar os que temem que o presidente eleito seja pouco rigoroso com a Rússia.
Coats é um dos seis senadores americanos e três funcionários do alto escalão da Casa Branca que Moscou proibiu, em 2014, de viajar para a Rússia, em resposta às sanções aprovadas pelos Estados Unidos após a invasão da Crimeia.
O diretor nacional de Inteligência, cargo criado após os atentados de 11 de setembro de 2001, coordena a atividade das 16 agências de inteligência dos Estados Unidos, incluindo CIA, FBI e NSA.
Dan Coats, que foi membro da Comissão de Inteligência do Senado, atuou como embaixador na Alemanha entre 2001 e 2005, durante o governo de George W. Bush.
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