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Em entrevista à rede americana Fox News, o presidente Donald Trump minimizou nesta sexta-feira o pedido de desculpas apresentado pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, general Mark Milley, que disse ter cometido um erro no dia 1º de junho, quando marchou com Trump para uma foto na igreja episcopal vizinha da Casa Branca. A polícia teve que abrir o caminho das autoridades à força, usando gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar uma manifestação pacífica pela morte de George Floyd.
“Se é assim que eles se sentem, tudo bem”, disse Trump, acrescentado em seguida ter “boas relações com as forças armadas” e que investiu 2,5 trilhões de dólares para fortalecer o poderio militar americano, "o que ninguém jamais fez”.
A participação do militar na encenação de Trump, que tirou fotos segurando uma Bíblia em frente à Igreja St Johns – conhecida como Igreja dos Presidentes – despertou críticas em todo o país por misturar religião, política e forças armadas. O secretário de Defesa, Mark Esper, também participou do ato e dias depois disse que não sabia que o objetivo era tirar foto, assegurando que sempre procura manter, a si e a seu departamento, o mais longe possível da política.
Dez dias após o episódio, o general Milley pediu desculpas. “Não deveria ter estado lá. Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna”. E acrescentou: “Como oficial da ativa uniformizado, foi um erro com o qual aprendi. Devemos defender o princípio de um Exército apolítico que está tão profundamente enraizado na própria essência de nossa república”.
Na entrevista desta sexta-feira à Fox News, Trump aproveitou para criticar o ex-presidente Barack Obama e seu vice, Joe Biden, candidato de oposição à Casa Branca. “Quando assumimos no lugar de Obama e Biden, as forças armadas eram uma piada. Estavam sucateadas. Tinham aviões de 50, de 60 anos de idade. Tinham equipamentos velhos e quebrados. Não tínhamos sequer munição. Hoje temos o maior poderio militar da história do país”, sublinhou.