O candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não quer que o país receba refugiados sírios pela possibilidade de serem integrantes do Estado Islâmico. Em novo discurso de campanha, em Keene, New Hampshire, Trump questionou as intenções dos refugiados que buscam abrigo fora da Síria para a fim de fugir da pobreza e da guerra que assola o país há anos.
“Eles podem ser do Estado Islâmico, eu não sei”, cogitou o empresário frente a um público de 3,5 mil pessoas em uma escola na noite de quarta-feira (30), segundo o “The Washington Post”. “São todos homens e todos parecem fortes. Há muitos homens; não haviam muitas mulheres. E eu me pergunto: por que eles não estão lutando para salvar a Síria? Por que estão migrando para a Europa? Francamente”, disse.
O candidato ainda levantou a hipótese de que os refugiados podem ser terroristas disfarçados. Ele considerou a ideia de receber 200 mil refugiados nos próximos anos “inconcebível”, já que eles não têm “identificação” e suas origens são desconhecidas, disse, segundo o jornal americano.
“Táticas militares são interessantes. Essa poderia ser a maior estratégia de todos os tempos. Um exército de 200 mil homens, talvez. Ou se eles enviarem 50 mil ou 80 mil ou 100 mil... Isso é possível. Não sei se é isso, mas pode ser”, completou o polêmico pré-candidato.
Se eleito, Trump afirmou que expulsaria todos os refugiados dos Estados Unidos e foi aplaudido após tal declaração.
Na mesma noite, Jeb Bush, concorrente de Trump, se posicionou de forma diferente com relação aos refugiados em evento para 150 pessoas na prefeitura de New Hampshire. Segundo o jornal inglês “The Guardian”, uma síria-americana na plateia mencionou os dez integrantes de sua família que fugiram da Síria e perguntou, em lágrimas, a Bush como ele lidaria com a crise de refugiados.
“Acho que é nosso dever providenciar apoio”, afirmou. “É o que normalmente fazemos incrivelmente bem. Agimos com o coração, organizamos bem e cuidamos das pessoas. Isso é típico com apoio do governo, mas são as organizações que normalmente fazem um ótimo trabalho”, disse.
“As pessoas estão saindo não porque são imigrantes buscando por uma vida melhor. Eles saem porque, se não, morrerão. Simples assim. E temos que fazer nosso papel de providenciar apoio”, acrescentou.