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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, acusado formalmente por um júri pelo pagamento de suborno à atriz pornô Stormy Daniels, viajará na segunda-feira de Miami para Nova York para se apresentar no dia seguinte ao juiz responsável pelo caso, segundo a rede de televisão CNN. Trump vai comparecer diante do juiz às 14h15 (horário local; 15h15 de Brasília) de terça-feira. A audiência gerou enorme expectativa dentro e fora dos EUA, e por isso o tribunal onde ela vai acontecer cancelou outras menos importantes para evitar um grande fluxo de pessoas no prédio por razões de segurança.
Vários veículos de imprensa americanos informaram que a lista de acusações que o juiz vai comunicar a Trump – e que ainda não foram reveladas – tem mais de 30 itens, todos relacionados ao suposto suborno de US$ 130 mil a Daniels em troca de silêncio sobre um antigo envolvimento sexual entre eles (o que o ex-presidente nega) e à ocultação desse valor, que poderia ter sido declarado como despesa eleitoral na campanha de 2016 à Casa Branca.
Trump passará o fim de semana em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, onde está hospedado há meses e onde, após saber de sua acusação, saiu para jantar com a esposa, Melania, num aparente sinal de normalidade, de acordo com imagens divulgadas pelo jornal New York Post.
Joe Tacopina, advogado do ex-presidente, esclareceu nesta sexta-feira que Trump não será algemado no breve trajeto entre o escritório da Procuradoria do distrito de Manhattan e a audiência com o juiz Juan Manuel Merchan. Ele também especificou que Trump não vai se declarar culpado e optou por ir a julgamento. O que parece inescapável para Trump, como no caso de qualquer acusado ser acusado, é o processo de “reserva”: impressões digitais e fotografias de frente e de perfil.
Trump seguiu se manifestando sobre o caso: além de postar em sua rede social Truth depoimento de muitos apoiadores, ele disse que o juiz do caso o “odeia” e foi “escolhido a dedo” pelo procurador Alvin Bragg. Temia-se que a acusação de Trump levasse seus simpatizantes a tomar as ruas, mas em Nova York isso não aconteceu ao menos até a noite de sexta-feira. Apenas algumas dezenas de pessoas se concentraram perto de Mar-a-Lago com bandeiras e cartazes em sinal de apoio ao ex-presidente.