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EUA

Trump propõe aumento ‘histórico’ de gastos militares

Donald Trump: “Este orçamento é a expressão da minha promessa de manter os Estados Unidos seguros”. | Drew Angerer/AFP
Donald Trump: “Este orçamento é a expressão da minha promessa de manter os Estados Unidos seguros”. (Foto: Drew Angerer/AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta segunda-feira (27) um aumento de US$ US$ 54 bilhões para gastos militares no próximo orçamento federal, o qual também contemplará cortes na ajuda internacional.

“Este orçamento é a expressão da minha promessa de manter os Estados Unidos seguros. Incluirá um aumento histórico nos gastos de defesa”, disse o presidente à imprensa, após uma reunião com governadores na Casa Branca.

Um dia antes de seu esperado primeiro discurso no Congresso, Trump antecipou que seu projeto para o próximo orçamento federal se concentrará na “Segurança Nacional” para proteger os americanos.

Uma fonte do governo disse que o governo pedirá ao Congresso um aumento equivalente a 9% do orçamento militar, o qual será compensando com cortes em outros setores da máquina pública.

“A maioria das agências federais terá uma redução como resultado”, disse essa fonte à AFP, pedindo para não ser identificada e sem comentar matérias dos jornais americanos sobre substanciais cortes no Departamento de Estado e na EPA, a Agência de Proteção Ambiental. Além disso, também acontecerá uma “grande redução na ajuda internacional”, completou.

O gasto militar dos Estados Unidos já é o maior do mundo. O orçamento anual de quase US$ 4 trilhões define as intenções da Presidência. Mas a proposta inicial de Trump, que prometeu limpar o orçamento de gastos supérfluos e redundantes, não inclui planos sobre gastos obrigatórios, ou impostos, que compõem a maior parte das receitas e despesas.

O presidente enfrenta uma dívida federal de US$ 20 trilhões e um déficit de 3,1% do PIB, em alta.

Diante do desafio, suas promessas – como construir um muro na fronteira e acelerar as deportações de imigrantes em situação ilegal – têm um custo calculado em US$ 5,3 trilhões, segundo o apolítico Comitê para um Orçamento Federal Responsável.

Orçamento descomunal

O orçamento americano para defesa aprovado para o ano fiscal em curso - incluindo o Departamento da Defesa, atividades nucleares de defesa e outras correlatas - chega a US$ 615 bilhões.

Esse orçamento é quase o triplo do da China, que tem o segundo maior valor em termos militares, e quase oito vezes superior ao da Rússia, de acordo com o instituto especializado sueco Sipri.

Tradicionalmente, nos EUA, os gastos militares e de defesa correspondem à metade do orçamento federal.

“Conhecerão detalhes amanhã [terça-feira] à noite”, disse Trump à imprensa, referindo-se ao discurso no Congresso.

“Será um evento enorme, uma mensagem ao mundo nesses tempos perigosos, sobre a força e a determinação dos Estados Unidos”, antecipou o presidente.

Para Trump, os Estados Unidos devem voltar a “ganhar guerras”. “Quando eu era jovem, todo o mundo dizia que os Estados Unidos nunca perderam uma guerra. Lembram disso? Agora, não ganhamos mais nenhuma “, afirmou.

Reação imediata

As declarações de Trump provocaram reações imediatas por todos os lados. O líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que o orçamento militar antecipado por Trump é “moralmente indefensável”.

“Esse orçamento moralmente indefensável do presidente Trump vai enviar mais e mais dinheiro para o Pentágono em prejuízo dos mais pobres e do planeta. É uma péssima ideia”, comentou o legislador.

Segundo ele, esse aumento nos gastos militares forçará cortes em programas “que beneficiam a classe média, protegem os consumidores e asseguram a qualidade do ar e da água”, completou.

No início de fevereiro, em audiências no Congresso, membros da cadeia de comando militar afirmaram que as Forças Armadas se encontram claramente enfraquecidas, depois de anos de cortes orçamentários e de mais de duas décadas de participação em conflitos.

O agora ex-presidente Barack Obama aplicou reduções no orçamento de defesa depois do fim das operações americanas em larga escala no Iraque e no Afeganistão.

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