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Trump: ‘Qualquer um fazendo negócios com o Irã não terá negócios com EUA’

Sanções dos EUA contra o Irã passaram a valer nesta terça-feira (7) e devem enfraquecer a economia do país | ATTA KENARE/AFP
Sanções dos EUA contra o Irã passaram a valer nesta terça-feira (7) e devem enfraquecer a economia do país (Foto: ATTA KENARE/AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltou na manhã de hoje que pretende fazer valer as sanções que entram em vigor contra o Irã. Segundo ele, nenhum país que estiver mantendo negócios com o país persa poderá fazer o mesmo com os americanos. Além disso, Trump disse que as sanções contra Teerã devem ser endurecidas em novembro.

"As sanções contra o Irã foram oficialmente lançadas. Elas são as mais duras sanções já impostas e em novembro serão levadas a outro nível", afirmou Trump em mensagem no Twitter. "Qualquer um que manter negócios com o Irã NÃO fará negócios com os Estados Unidos. Eu estou pedindo a PAZ MUNDIAL, nada menos!", escreveu.

O governo americano já havia anunciado ontem a entrada em vigor das sanções. Trump retirou os EUA de um acordo internacional que regula o programa nuclear iraniano, em troca da retirada de sanções econômicas ao país. Para o presidente americano, o acordo ainda em vigor não garante que o regime de Teerã seja impedido de buscar armas nucleares.

O Irã, por sua vez, critica a postura de Washington e afirma que tem cumprido sua parte no acordo e não busca armas nucleares. O presidente Hassan Rouhani afirmou nesta segunda-feira (6) que o país pode confiar na China e na Rússia para ajudar seus setores petrolífero e bancário.

"Nosso governo é poderoso e é capaz de abrir o mercado de moedas estrangeiras no mesmo dia", afirmou Rouhani. O presidente iraniano disse que não tem "pré-condições" para negociar com americanos, "se o governo dos EUA estiver pronto para negociar o pagamento de indenização [por intervenção] à nação iraniana de 1953 até agora". Ele sugeriu ainda que pode fechar o Estreito de Hormuz, por onde passa um terço da produção de petróleo mundial, em resposta ao prejuízo das sanções às exportações de petróleo.

Negócios prejudicados

A União Europeia e outras partes envolvidas, como a Rússia, continuam a fazer parte do pacto, mas há o temor de que empresas de vários países, inclusive da Europa, evitem negócios com o Irã, diante do temor de perder contratos nos EUA. Ontem, o bloco europeu anunciou uma norma voltada a "mitigar o impacto sobre os interesses de companhias da UE que fazem negócios legítimos com o Irã". A norma europeia veta o cumprimento das sanções americanas dentro da UE, a menos que a Comissão Europeia autorize expressamente esse cumprimento.

As companhias alemãs podem ser as grandes prejudicas neste cenário. A fabricante de carros Daimler AG, dona da Mercedes Benz, anunciou nesta terça-feira que suspendeu suas atividades no Irã devido à reimposição das sanções americanas ao país. Quando o acordo nuclear entrou em vigência, em 2016, a Daimler foi uma das empresas que rapidamente estabeleceu comércio com o Irã, assinando acordos preliminares com a maior fabricantes de veículos do Irã, a Iran Khodro, para vender e produzir caminhões, de acordo com o site Bloomberg.

“Continuaremos a monitorar de perto os desenvolvimentos políticos, especialmente àqueles que dizem respeito ao futuro do acordo nuclear”, afirmou a empresa.

Leia mais: Os negócios que devem ser cancelados com a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã

Por que os EUA se retiraram do acordo?

A decisão foi anunciada em maio, quando Trump disse que os Estados Unidos não se envolverão mais em “tratados vazios”. Segundo ele, a saída do tratado fará com que os Estados Unidos fiquem muito mais seguros. 

O presidente americano afirmou, em comunicado, que o Irã "ameaça os Estados Unidos e seus aliados, mina o sistema financeiro internacional e apoia o terrorismo e militantes armados em todo o mundo". "Reimpor as sanções intensifica a pressão para que o Irã mude a sua conduta", disse.

A Casa Branca incentivou outras nações a tomarem "as mesmas medidas para deixar claro que o regime iraniano tem uma escolha: ou muda seu comportamento ameaçador e desestabilizador e se reintegra com a economia global, ou seguir por um caminho de isolamento econômico."

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