Em seu discurso de aceitação da indicação republicana à Casa Branca nesta quinta-feira (21), Donald Trump renovou sua proposta de construir um “grande muro” na fronteira com o México e prometeu ainda interromper a imigração de países que tenham vínculos com terrorismo.
Em convenção, brasileira fã de Trump diz que latinos têm muito em comum com os republicanos
Leia a matéria completa“Vamos construir um grande muro de fronteira para conter a imigração ilegal, para conter as gangues e a violência, e para conter as drogas de invadir nossas comunidades”, disse.“Vamos tornar nosso país rico de novo”.
Além disso, disse que deve concentrar esforços no combate ao terrorismo, culpando sua oponente, a democrata Hillary Clinton, pela ascensão do grupo Estado Islâmico (EI).
“Vamos suspender, imediatamente, a imigração de qualquer nação que tenha sido comprometida pelo terrorismo até o momento em que mecanismos de verificação comprovados tenham sido postos em prática”, frisou. “Nós não os queremos em nosso país”, afirmou, arrancando aplausos de uma multidão em delírio.
Para Trump, o legado deixado por Hillary em sua gestão no Departamento de Estado americano resume-se a “morte, destruição e terrorismo”. Ele também criticou o acordo nuclear negociado pelo governo Barack Obama com o Irã.
Lei, ordem e divisão
O indicado republicano à Casa Branca pediu os votos dos americanos no discurso de encerramento da convenção republicano, prometendo restaurar “a lei e a ordem” em um país abalado por tiroteios e ataques.
“Nessa corrida para a Casa Branca, eu sou o candidato da lei e da ordem”, disse, acusando o presidente Barack Obama de promover a desunião racial nos EUA. “A retórica irresponsável do nosso presidente, que usou o púlpito da presidência para nos dividir por raça e cor, tornou a América um ambiente mais perigoso para todo mundo”.
Contudo, o fim do evento mostrou que o bilionário não conseguiu atingir um grande objetivo, que era unir o partido republicano.
A esperada festa viveu polêmicas todos os dias, e transformou-se num festival de problemas, que não só deixou de sarar as feridas das primárias e fortalecer o nome indicado - o magnata teve de jogar para escanteio outros 16 concorrentes numa acirradíssima disputa - como exacerbou o racha no partido.
“Juntos, vamos liderar nosso partido de volta para a Casa Branca”, prometeu a seus correligionários. “Eu tenho uma mensagem para todos vocês: o crime e a violência que hoje afligem nossa nação vão, em breve, chegar ao fim. Começando em 20 de janeiro de 2017 (dia da posse), a segurança será restaurada”.
Na quarta-feira (20), o ex-pré-candidato republicano Ted Cruz discursou, mas não pediu votos diretamente para Trump. Ele aconselhou que os eleitores “votem por suas consciências”.
Com tal clima de divisão interna, a imprensa americana já fala que nos bastidores do Partido Republicano começa-se a deixar de lado as atuais eleições para se debater o pleito de 2020. O New York Times afirmou em artigo que esta foi “a pior convenção da História”.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”