O presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (3) que as relações entre Washington e Moscou estão no nível mais baixo da história por causa da lei de sanções aprovada pelo Congresso americano. "Nossa relação com a Rússia está no nível mais baixo de todos os tempos e de forma muito perigosa", escreveu o presidente no Twitter, logo pela manhã.
"Podemos agradecer ao Congresso, às mesmas pessoas que nem sequer são capazes de nos dar saúde!", acrescentou, em referência à recente derrota no Senado de seus planos de reforma do sistema de saúde introduzido por Barack Obama.
A declaração de Trump ocorre um dia depois de ele ter assinado, a contragosto, uma lei aprovada pelo Congresso que impõe novas sanções à Rússia, e de ter declarado que alguns dos mecanismos do diploma eram falhos e inconstitucionais.
A nova lei —que também inclui sanções contra a Coreia do Norte e o Irã— tem como alvo o setor energético da Rússia e concede a Washington a possibilidade de sancionar empresas envolvidas no desenvolvimento de oleodutos nesse país.
Vitória sobre o presidente
Apesar da tensão anunciada por Trump, o Kremelin, governo Russo, afirmou, na quarta-feira (2), que as sanções dos EUA não alteram a situação entre os dois países. "Assinar a lei não muda nada", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando questionado sobre o impacto das sanções e a possibilidade de novas retaliações por parte da Rússia. "Que tipo de medidas? Não há novos passos. As medidas já foram tomadas", referindo-se à medida tomada pelo presidente russo, Vladimir Putin, de pedir que 755 diplomatas americanos sejam retirados da Rússia.
O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, afirmou, contudo, que o projeto de lei termina com as esperanças de melhorar os laços entre os EUA e a Rússia. Em uma publicação no Twitter, Medvedev disse que "o governo Trump demonstrou total impotência ao entregar sua autoridade executiva ao Congresso da maneira mais humilhante possível".
Medvedev acredita que o "establishment americano ganhou uma vitória americana sobre Trump", afirmando que as sanções são "outra maneira de colocar Trump em seu lugar".
Desaprovação
Além do embate com o Congresso envolvendo a Rússia, o presidente americano vive um momento de bastante desaprovação junto à população dos Estados Unidos. Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Universidade de Quinnipiac (Connecticut) mostra que a rejeição de Trump após os seis primeiros meses de mandato chega a 61% dos americanos.
A aprovação de 33% é a mais baixa registrada por Trump desde que ele assumiu a Casa Branca.
