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Trump se afasta de republicanos em temas ligados à agenda homossexual

Trump faz campanha no estado de Delaware, que realizará primárias na próxima terça-feira. | Alex Wong/AFP
Trump faz campanha no estado de Delaware, que realizará primárias na próxima terça-feira. (Foto: Alex Wong/AFP)

Quando Elton John e seu namorado, David Furnish, oficializaram sua união civil em 21 de dezembro de 2005, Donald Trump, amigo do casal há anos, usou seu blog para celebrar a ocasião. “Conheço os dois e eles se dão muito bem. Esse casamento irá funcionar”, escreveu Trump. “Estou muito feliz por eles. Se duas pessoas gostam uma da outra, elas gostam uma da outra”. Trump agora lidera a disputa nas primárias do Partido Republicano, que tradicionalmente é lar de figuras políticos que se posicionam de maneira mais conservadora em questões como a agenda homossexual e o casamento gay.

Na última quinta-feira, o magnata declarou no programa Today, da rede NBC, que se opunha à lei aprovada na Carolina do Norte que obriga transexuais a usarem banheiros atribuídos a seu gênero original. “Pessoas transgêneras devem usar o banheiro que acharem apropriado”, afirmou Trump, adotando uma posição oposta à de seu principal rival na disputa, o senador texano Ted Cruz.

A relação de Trump – que na campanha desagradou a quase todas as minorias do país, incluindo negros, mulheres, judeus e hispânicos – com a comunidade gay é antiga. No fim dos anos 1980, ele doou dinheiro a organizações de caridade dedicadas à luta contra a aids, e em 2000, quando cogitou uma candidatura à presidência, afirmou em entrevista à revista Advocate, dedicada ao público gay, que apoiava a inclusão de uma emenda na Lei de Direitos Civis de 1964 que proibisse a discriminação baseada na orientação sexual. “Seria simples e direto”, afirmou Trump na ocasião. “É algo justo”.

Sua visão sobre o tema, principal fator de distinção entre ele e seus antecessores republicanos, não parece ser fruto de uma grande reflexão, mas sim a consequência natural de sua vida em Manhattan nas últimas cinco décadas. No entanto, alguns de seus conhecidos ficaram confusos com a postura do magnata, que, na campanha, associou-se a nomes conservadores e disse não apoiar os casamentos homossexuais, afirmando acreditar que “casamentos são aqueles entre um homem e uma mulher”.

George Takei, ator do seriado Jornada nas Estrelas, tentou convencer Trump de que apoiar o casamento gay seria uma boa ideia, especialmente para um empresário. “Talvez eu possa aprender algo com você, George”, teria dito Trump, antes de reafirmar sua defesa do casamento tradicional. “Fiquei tentado a responder que casar-se muitas vezes não é o que chamamos de ‘casamento tradicional’”, afirmou Takei, lembrando que o magnata está, atualmente, em seu terceiro casamento.

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