O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se apresentou na tarde desta terça-feira (13) ao tribunal federal da Flórida, em Miami, sob forte escolta policial e cercado por manifestantes favoráveis e contrários a ele. Na corte, Trump negou as 37 acusações que enfrentará no tribunal e disse que o processo é uma perseguição política.
Das 37 acusações que Trump enfrenta, 31 são relacionadas à posse ilegal de documentos confidenciais do governo. Segundo os promotores, Trump teria mantido mais de cem papéis sigilosos em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, que foram apreendidos em uma operação do FBI em agosto de 2022. Entre os documentos, estariam relatórios de inteligência, memorandos diplomáticos e ordens executivas que deveriam ter sido devolvidos ou destruídos após o fim de seu mandato.
As outras acusações são de conspiração para obstruir a Justiça, ocultação "corrupta" de um documento ou registro, ocultação de um documento em uma investigação federal, plano para ocultar crimes e declaração e representação falsas. Um ex-assessor de Trump, Walt Nauta, também é acusado de participar da conspiração e esteve nesta terça-feira no mesmo tribunal, junto com o ex-presidente.
A defesa de Trump alega que os documentos apreendidos não eram sigilosos e que ele tinha o direito de mantê-los como parte de seu legado presidencial. Já a acusação sustenta que Trump violou a lei ao não entregar ou eliminar os papéis que continham informações sensíveis sobre a segurança nacional e as relações internacionais dos Estados Unidos.
O caso é considerado histórico, pois é a primeira vez que um ex-presidente é acusado por crimes federais nos EUA. O julgamento, no entanto, não prejudica as esperanças de Trump de retornar à Casa Branca, já que não existe nenhuma lei que impeça candidatos sob acusação na Justiça de participar da corrida eleitoral. Após a audiência desta terça-feira, Trump seguiria para o seu clube de golfe em Nova Jersey, onde falará com eleitores.
De acordo com a Reuters, os problemas legais do ex-presidente não prejudicaram sua posição junto aos eleitores republicanos. Uma pesquisa encomendada pela agência à empresa Ipsos e divulgada na segunda-feira (12) mostrou que Trump ainda lidera a disputa pela indicação do Partido Republicano para a eleição presidencial de 2024 por uma ampla margem. A pesquisa ainda apontou que 81% dos eleitores republicanos veem as acusações contra Trump como “politicamente motivadas”.
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