O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se apresentou nesta terça-feira (4) à procuradoria de Manhattan para ouvir as 34 acusações pelas quais foi indiciado em relação a um suposto pagamento feito à atriz pornô Stormy Daniels em troca de seu silêncio, segundo informou a emissora CNN.
Trump ficou sob custódia policial antes da leitura das acusações, das quais se declarou inocente. Ele foi liberado posteriormente e vai retornar ainda nesta terça-feira à sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, onde deve fazer uma declaração pública esta noite. A próxima audiência sobre o caso foi marcada para 4 de dezembro.
Pouco antes de chegar à sede da procuradoria, Trump teve tempo de escrever em sua rede social própria, a Truth Social, que a situação lhe parecia “surreal”.
“Uau, eles vão me prender. Não acredito que isso está acontecendo nos Estados Unidos”, declarou.
Junto à grande sede do tribunal em Manhattan, havia uma enorme expectativa desde a manhã que resultou na presença de centenas de jornalistas dos Estados Unidos e de todo o mundo.
No entanto, dois comícios pró e contra Trump convocados esta manhã mal conseguiram atrair uma centena de pessoas, muito menos do que o esperado.
Os eventos centrais pelos quais foi acusado ocorreram em 2016, quando, por meio de um intermediário, Trump supostamente pagou US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels para comprar seu silêncio sobre um relacionamento sexual que teve com ela dez anos antes.
O ex-presidente foi informado sobre 34 acusações de falsificação de registros comerciais da Organização Trump, com o objetivo de ocultar o pagamento feito durante a campanha eleitoral da qual saiu vitorioso contra Hillary Clinton, segundo a procuradoria. Somadas, as acusações acarretariam uma sentença máxima de mais de cem anos de prisão.
“De acordo com a lei do estado de Nova York, é crime falsificar registros comerciais com a intenção de fraudar e ocultar outro crime. É exatamente disso que se trata este caso: 34 declarações falsas feitas para encobrir outros crimes. Isso é considerado crime no estado de Nova York”, disse o procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, em entrevista coletiva após a leitura das acusações.
“Não importa quem você seja, não podemos e não iremos normalizar condutas criminosas graves”, disse Bragg, que é acusado pelo Partido Republicano de atuação partidária – ele é filiado ao Partido Democrata.