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O Tribunal de Apelações de Nova York negou nesta terça-feira (30) mais um pedido do ex-presidente Donald Trump (2017-2021) para interromper o julgamento criminal em curso neste momento no estado, onde ele é acusado de falsificar registros empresariais para fazer um pagamento em dinheiro a ex-atriz pornô Stormy Daniels, em troca de seu silêncio.
Daniels afirma ter tido um caso com Trump em 2006. Trump, que se declarou inocente e negou ter tido um relacionamento com Daniels, enfrenta 34 acusações neste julgamento criminal.
Durante mais um dia do julgamento criminal realizado nesta terça-feira em Nova York, o advogado Keith Davidson, que trabalhou para Daniels e Karen McDougal, uma ex-modelo da Playboy que também afirma ter tido um caso com Trump em 2006, foi uma das testemunhas ouvidas pelos promotores.
Ele foi questionado pela acusação sobre supostas negociações envolvendo sua intermediação que culminaram em um acordo para a compra de relatos sobre casos extraconjugais de Trump pelo tabloide americano National Enquirer e no pagamento em dinheiro feito por Michael Cohen, na época advogado de Trump, à Daniels.
Davidson disse durante seu testemunho perante o tribunal que Trump tinha uma "estreita afiliação" com David Pecker, ex-editor do National Enquirer. Segundo ele, a empresa controladora do tabloide, a American Media Inc. (AMI), decidiu comprar a história da ex-modelo da Playboy McDougal, na qual ela afirmava ter tido um caso com o ex-presidente, com o objetivo de esconder este relato que poderia manchar a imagem de Trump durante a campanha presidencial de 2016.
Continuando seu depoimento, ele disse que a AMI concordou em pagar US$ 150 mil a McDougal e ofereceu destaques para ela em suas revistas, tudo isso para obter os direitos exclusivos sobre sua história do suposto caso com Trump, que não seria divulgada. Davidson disse que recebeu 45% desse pagamento.
O julgamento, que será retomado na quinta-feira, 2 de maio, também resultou nesta terça em uma multa de US$ 9 mil para Trump, por ter violado uma ordem de silêncio imposta pelo juiz do caso, Juan Merchan.
Ao deixar o tribunal nesta terça, Trump disse que a ordem de silêncio imposta pelo juiz viola seus direitos constitucionais.
"É totalmente inconstitucional", declarou o ex-presidente americano.