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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump teve responsabilidade "inequívoca" nas manifestações que terminaram com a invasão da sede do Congresso americano em 6 de janeiro. É a acusação que consta no dossiê de 80 páginas elaborado pela Câmara dos Representantes para sustentar o impeachment do republicano, que será julgado no Senado neste mês.
"Para proteger nossa democracia e segurança nacional - e para impedir que qualquer futuro presidente considere incitar violência na busca pelo poder - o Senado deveria condenar o presidente Trump e desqualificá-lo de futuros cargos federais", recomenda o documento, de autoria de nove deputados democratas.
O relatório afirma que o ex-líder da Casa Branca "incitou uma multidão violenta" a invadir a sede do legislativo com objetivo de paralisar a sessão de certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais. Segundo o texto, na ocasião, manifestantes ameaçaram a segurança de congressistas, funcionários e policiais. "Nossa sede de governo foi violada, vandalizada e profanada", argumenta.
Pouco antes da invasão, Trump fez um discurso para os apoiadores em que repetiu criticou a integridade do sistema eleitoral, incluindo alegações sem provas de que Biden venceu o pleito de novembro por meio de fraude.
"É impossível imaginar os eventos de 6 de janeiro ocorrendo sem o presidente Trump criando um barril de pólvora, riscando um fósforo e, em seguida, buscando vantagem pessoal da destruição resultante", critica o parecer.
Para os democratas, a postura do político republicano justifica o impeachment, mesmo após o fim do mandato. "Somente depois que o presidente Trump for responsabilizado por suas ações, a nação pode seguir em frente com unidade de propósito e compromisso com a Constituição. E só então os futuros presidentes saberão que o Congresso permanece vigilante em sua defesa de nossa democracia" conclui o documento.
A petição da Câmara é a primeira de várias ações judiciais que devem chegar ao Senado antes do início do julgamento. A resposta de Trump à intimação do impeachment deve ocorrer na próxima terça-feira (9) às 14 horas no horário de Brasília.