O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve proibir a entrada de imigrantes vindos de países que seu governo considera uma ameaça à segurança nacional, sobretudo os cidadãos de origem islâmica e refugiados. A medida faz parte de um pacote de várias ações executivas que devem ser anunciadas nesta quarta-feira (25).
O novo presidente deve assinar ordens executivas para restringir a entrada de refugiados nos EUA, exceto minorias religiosas que fogem de perseguição, até que vetos mais agressivos sejam implementados.
Os bloqueios seriam para vistos de qualquer pessoa da Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen - que hoje raramente já conseguem garantir legalmente entrada nos Estados Unidos. As informações são de assessores e especialistas, que pediram para não serem identificados.
Durante a campanha presidencial, Trump havia dito inicialmente que proibiria a entrada de muçulmanos mas depois mudou sua proposta para a suspensão de vistos para pessoas de qualquer lugar “onde não pode ocorrer uma triagem correta”.
Até esta terça-feira (24), no entanto, ainda estava em discussão o limite das novas políticas. Entre as indefinições estava o futuro do programa Ação Diferenciada para Chegados na Infância (Daca, na sigla em inglês), uma das conquistas de Barack Obama para amparar jovens sem antecedentes criminais que chegaram aos EUA antes dos 16 anos de idade, conhecidos como “dreamers”. Durante sua campanha, Trump prometeu barrar o programa.
Muro polêmico
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu construir um muro na fronteira com o México, assim como endurecer a posição do governo em relação aos imigrantes. Duas autoridades do governo falaram sob condição de anonimato que o presidente também vai iniciar os passos para reforçar a segurança nas fronteiras – incluindo a proposta de construir um muro na região fronteiriça do México.
Big day planned on NATIONAL SECURITY tomorrow. Among many other things, we will build the wall!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 25 de janeiro de 2017
O polêmico muro, inclusive, foi alvo de um anúncio no Twitter, rede social mais usada pelo novo presidente. “Grande dia planejado sobre segurança nacional amanhã. Entre outras coisas, nós vamos construir o muro!”, escreveu o presidente no microblog no fim da tarde de terça-feira (24), em Washington.
Para construir o muro, Trump poderá se apoiar numa lei de 2006 que autorizou a instalação de cercas ao longo da fronteira. Essa legislação levou à construção de cerca de 1.126 quilômetros de barreiras de diversos tipos, feitas para bloquear a passagem tanto de pessoas quanto de veículos.
O governo mexicano já declarou que não vai arcar com as despesas das obras esboçadas por Trump. Antes de o republicano assumir a Casa Branca, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, chegou a declarar que o país não pagará pelo muro, mas se disse disposto a trabalhar para ter uma boa relação com o governo do magnata.
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