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Estados Unidos

Trump diz que vai impor tarifas sobre produtos do México por causa da imigração ilegal

Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou imposição de tarifas de importação sobre bens mexicanos (Foto: Brendan Smialowski/AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quinta-feira (30), que vai impor tarifas progressivas contra o México, a partir de 10 de junho, até que o país vizinho detenha o fluxo de imigrantes ilegais que entram nos EUA pela fronteira sul.

"Em 10 de junho, os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 5% a todos os bens procedentes do México, até o momento em que os imigrantes ilegais parem de atravessar para nosso país", afirmou Trump no Twitter.

"As tarifas aumentarão gradualmente até que se resolva o problema da imigração ilegal, quando serão eliminadas", acrescentou.

Segundo a Casa Branca, a tarifa aumentaria a 10% em 1º de julho e, em seguida, um adicional de 5% no primeiro dia de cada mês, por três meses. As tarifas permaneceriam em 25% "até que o México pare substancialmente o fluxo ilegal de estrangeiros que chegam ao seu território", diz um comunicado do presidente.

Atitude questionada

As consequências econômicas do novo plano de Trump poderiam ser rápidas e severas. As tarifas são pagas pelas empresas que importam produtos, portanto, as empresas americanas pagariam as penalidades de importação e provavelmente repassariam alguns custos aos consumidores.

O México exportou US$ 346,5 bilhões em bens para os Estados Unidos no ano passado, de veículos a frutas e legumes. E muitos itens manufaturados atravessam a fronteira várias vezes enquanto são montados.

Funcionários da Casa Branca não explicaram imediatamente como o aumento do custo de produtos mexicanos pode conter o fluxo de migrantes. Se as tarifas danificassem a economia mexicana, mais cidadãos tentariam atravessar a fronteira para encontrar trabalho nos Estados Unidos, disseram especialistas.

"O México é nosso amigo e vizinho, um parceiro em comércio e segurança", disse Glenn Hamer, executivo-chefe da Câmara de Comércio e Indústria do Arizona. "O anúncio do presidente é desconcertante e, se realizado, será terrivelmente prejudicial".

Resposta do México

O México prometeu uma resposta que poderia levar o governo Trump a uma guerra comercial em grande escala com um dos seus maiores parceiros comerciais. Em uma coletiva de imprensa, o vice-ministro das Relações Exteriores do México para a América do Norte, Jesús Seade, disse que as tarifas seriam "desastrosas" e acrescentou que o México responderia "fortemente".

Em uma carta enviada quinta-feira à noite, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador se dirigiu a Trump em termos duros, uma mudança marcante da postura diplomática que ele tentou adotar desde que foi eleito, em julho passado.

"Presidente Trump, os problemas sociais não podem ser resolvidos por meio de impostos ou medidas coercitivas", escreveu ele.

Lopez Obrador disse que enviaria seu ministro das Relações Exteriores a Washington nesta sexta-feira "para chegar a um acordo que beneficie as duas nações".

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