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Moradores de El Paso protestam contra a visita do presidente dos EUA, Donald Trump, à cidade após um tiroteio que deixou 22 mortos, El Paso, Texas, 7 de agosto de 2019
Moradores de El Paso protestam contra a visita do presidente dos EUA, Donald Trump, à cidade após um tiroteio que deixou 22 mortos, El Paso, Texas, 7 de agosto de 2019| Foto: Mark RALSTON / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu nesta quarta-feira com vítimas de dois ataques a tiros ocorridos no último fim de semana em Ohio e no Texas. Ele foi a Dayton, Ohio, onde um homem armado matou nove pessoas e feriu mais de dez no domingo, então seguiu para El Paso, no Texas, onde um atirador matou 22 pessoas e feriu 24, supostamente motivado por sentimentos contra a imigração.

"Eu acho que minha retórica une as pessoas", afirmou o presidente a repórteres ao deixar a Casa Branca para a viagem, negando as acusações de que suas declarações combativas sobre imigração e outras questões possam fomentar divisões nacionais e encorajar a violência. Ele também se disse preocupado sobre grupos de ódio de qualquer ideologia. "Estou muito preocupado com isso. E farei algo a respeito", comentou.

Trump disse a repórteres que trabalha com membros do Congresso em uma resposta aos ataques, demonstrando otimismo de que possa haver progresso em checagens de antecedentes. Ainda indicou que pode usar sua influência para persuadir congressistas relutantes a agir. A Casa Branca não respondeu a um pedido de mais esclarecimentos sobre a proposta. Anteriormente, Trump havia dito que pretendia vetar legislação aprovada pela Câmara dos Representantes, de maioria democrata, para reforçar as verificações de histórico pessoal.

Ao deixar a Casa Branca pela manhã, Trump sugeriu aos jornalistas que iria se abster de fazer ataques a seus adversários políticos durante a viagem. No entanto, ele acabou fazendo uma série de ataques a políticos locais e outros democratas pelo Twitter durante o dia.

Em Dayton, centenas de manifestantes protestaram diante de um hospital visitado por Trump. Alguns apoiadores do presidente também estavam presentes.

Ao longo da fila de protestos, os manifestantes disseram que perderam a fé em seus políticos para "fazer alguma coisa" para impedir o tipo de carnificina que devastou sua cidade. "Pensamentos e orações não param as balas", dizia um dos vários cartazes.

Visita discreta

Tradicionalmente, ao visitar comunidades em luto, os presidentes americanos costumam oferecer condolências publicamente e usam a oportunidade para confortar a nação. Trump preferiu não falar publicamente ou posar para fotógrafos, além de rápidas aparições no aeroporto de Dayton.

Trump visitou o hospital Miami Valley, que cuidou de 23 vítimas do tiroteio em Dayton, Ohio. Entre essas vítimas, 10 sofreram ferimentos pelos disparos e 13 ficaram feridas durante o pânico que seguiu o tiroteio. Todas elas sobreviveram e a maioria já foi liberada do hospital.

Os jornalistas que acompanhavam a comitiva do presidente ficaram isolados enquanto ele visitava as vítimas no hospital. A visita "foi para as vítimas e suas famílias e para agradecer a equipe médica", disse a porta-voz da presidência, Stephanie Grisham. A Casa Branca divulgou fotos e um vídeo da visita.

Trump se encontrou com três vítimas que permanecessem hospitalizadas, em condições estáveis. O hospital também convidou vítimas que já tinham sido liberadas para se encontrar com o presidente Trump. Cerca de 20 pessoas, incluindo amigos e familiares, se reuniram reservadamente com Trump e a primeira-dama.

O republicano também se encontrou com policiais, bombeiros e médicos que ajudaram a salvar vidas naquele dia, e elogiou os policiais pela rapidez e coragem com que detiveram o atirador, impedindo que ele causasse mais mortes dentro do bar.

Acesso a armas

Muitos democratas defendem o restabelecimento da proibição de armas de assalto, que foi incluída na lei criminal de 1994 e expirou. "Não há apetite político para isso neste momento", disse Trump.

Pesquisas recentes indicam que a maioria dos americanos apoia alguma forma de proibição de rifles de assalto, embora haja uma grande divisão partidária, e menos da metade dos republicanos apoiam tais medidas. Uma pesquisa feita em julho descobriu que 57% do público apoiavam a proibição da "venda de armas de assalto semi-automáticas, como a AK-47 ou a AR-15". Menos de 3 em 10 republicanos apoiaram a proposta, e mais de 8 em 10 entre os democratas.

Com informações de Estadão Conteúdo e Washington Post.

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