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Indonésia

Tsunami mata pelo menos 80 pessoas na ilha de Java

Atualizado em 17/07/2007, às 17h06

Um tsunami provocado por um forte terremoto que atingiu a costa sul da ilha de Java, na Indonésia, nesta segunda-feira, deixou mais de 80 mortos, disse uma autoridade da Cruz Vermelha.

- Nossa última informação aponta que 80 pessoas morreram enquanto pelo menos 68 estão gravemente feridas. O número pode crescer porque muitas (vítimas) podem ter sido levadas pelas ondas - disse Fitri Sidikah, do centro de desastres da Cruz Vermelha indonésia.

Relatos anteriores diziam que o número de vítimas fatais era de 37, todas em uma praia turística da ilha. Não havia relatos sobre vítimas ou danos em outros locais do país.

Um alerta de tsunami na costa sul de Java e perto da ilha Christmas, no sul do arquipélago indonésio, foi divulgado pelo Centro de Alerta para Tsunamis no Pacífico, um órgão dos Estados Unidos. A polícia de Christmas, pertencente à Austrália, afirmou não ter registrado danos na ilha.

A Índia também divulgou um alerta para as ilhas Andaman e Nicobar, atingidas duramente pelo tsunami no fim de 2004, mas autoridades afirmaram não ter havido nenhum perigo real nesses locais.

As Maldivas, uma cadeia de ilhas localizada no sudoeste da Índia, também emitiram um alerta de tsunami.

Um grande terremoto ocorrido em dezembro de 2004 provocou um tsunami que matou ou deixou desaparecidas 170 mil pessoas na Província de Aceh, na Indonésia.

Outras dezenas de milhares de pessoas morreram em outras localidades, a maior parte delas no Sri Lanka, na Índia e na Tailândia.

Na segunda-feira, um policial na praia de Pangandaran, perto da cidade de Ciamis (270 quilômetros a sudeste de Jacarta), afirmou ao canal Metro TV que seis mortes tinham sido registradas e que o total de vítimas fatais poderia ser ainda maior.

- A situação é caótica. As construções da costa sul foram danificadas. Apenas as construções permanentes ficaram de pé - disse um policial chamado Agus.

A área é um importante pólo turístico, conta com várias pousadas na praia e fica perto de uma reserva natural.

As ondas destruíram os chalés e quiosques de madeira montados em praias banhadas pelo Oceano Índico, contaram testemunhas a meios de comunicação locais.

- Acho que haverá muitas mortes porque as pessoas foram, provavelmente, soterradas pelos destroços. A estrada que leva ao local do desastre está coberta de destroços trazidos pelas ondas - acrescentou o policial.

PÂNICO

- Ficamos em pânico e todo mundo começou a correr. Um vilarejo quase inteiro foi inundado. Todas as pessoas correram para as montanhas - relatou um morador da área à Metro TV.

Segundo uma mulher, em declarações dadas à Rádio Elshinta, as ondas avançaram vários metros para dentro da terra firme na praia de Pangandaran.

Hendri Subakti, chefe do centro de terremotos de Java Ocidental, disse à Reuters que as ondas tinham no máximo 1,5 metro de altura.

Em meio a rumores sobre um outro terremoto, algumas pessoas continuavam correndo das águas horas depois.

O Centro de Alerta para Tsunamis no Pacífico afirmou que o terremoto aconteceu às 5h19m (horário de Brasília), com uma força de 7,2 graus na escala Richter.

A agência indonésia de meteorologia e geofísica havia calculado em 5,5 a magnitude do tremor, mas alterou esse valor, mais tarde, para 6,8. Segundo essa agência, dois abalos consecutivos foram registrados.

Uma autoridade do país disse que a principal operadora de telefonia fixa da Indonésia, a Telkom, havia constatado uma queda das linhas de telefone na região.

Alguns moradores de Jacarta sentiram o terremoto, cujo epicentro ficou 40 quilômetros debaixo do Oceano Índico e a 180 quilômetros da praia de Pangandaran.

Os abalos sísmicos são frequentes na Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo. Em maio, um terremoto ocorrido perto da cidade de Yogyakarta, região central de Java, matou mais de 5.700 pessoas.

As mais de 17 mil ilhas do país espalham-se por uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica, no chamado Círculo de Fogo do Pacífico.

A empresa petrolífera estatal Pertamina afirmou que a sua refinaria de Cilacap, com uma produção de 348 mil barris de petróleo por dia, não havia sido afetada.

- A refinaria está funcionando normalmente. Houve ondas grandes, mas a água já baixou - disse um funcionário da empresa.

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