As forças armadas da Polônia disseram que "tudo indica" que um objeto estranho que passou pelo espaço aéreo do país nesta sexta-feira (29), vindo da Ucrânia, era um míssil russo. A Rússia bombardeou a Ucrânia de manhã com mais de 100 mísseis e dezenas de drones, deixando dezenas de mortos.
O general polonês Wiesław Kukuła, chefe das forças armadas, disse em coletiva que o objeto "foi monitorado por nós em radares e deixou o espaço aéreo. Temos confirmação disso em radares e dos nossos aliados" — ele se refere aos Estados co-signatários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O objeto adentrou por 40 km no território polonês e saiu em menos de três minutos. A Polônia fará mais testes para confirmar a informação e descartar erro técnico. Se confirmado, o caso envolveria uma violação da fronteira entre a Ucrânia e não só a Polônia, como também OTAN e União Europeia.
No X, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que conversou com o presidente polonês (Andrzej Duda) a respeito do incidente e que a organização vai apurar o caso e estabelecer os fatos. A Casa Branca reagiu expressando solidariedade ao país aliado. Um porta-voz disse que o presidente americano Joe Biden está acompanhando o caso de perto.
Não há relatos de explosão ou vítimas do possível míssil. Através de uma porta-voz, o presidente Duda comentou que "não há ameaça no momento" e que não há expectativa de "nada de ruim". Ele convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para analisar a situação, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país.
Yurii Ihnat, porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, disse no canal de televisão estatal que "este é outro sinal para que nossos parceiros reforcem a defesa aérea da Ucrânia".
Outra invasão do território polonês aconteceu em novembro de 2022, deixando dois homens mortos quando um míssil atingiu a vila de Przewodow, próxima à fronteira. Porém, o consenso ocidental foi de que se tratava de um projétil desgovernado da própria Ucrânia.