Está confuso sobre o Brexit? Você não está sozinho! O caminho da Grã-Bretanha para deixar a União Europeia ficou bastante complicado e longo, cheio de bifurcações na estrada, reviravoltas e vários becos sem saída. Até mesmo observadores experientes do Brexit ficaram sem palavras.
Mas não tenha medo. Abaixo, respondemos algumas das perguntas mais urgentes sobre o Brexit.
A primeira-ministra britânica Theresa May disse “Brexit significa Brexit”. Mas o que isso realmente significa é que a Grã-Bretanha vai deixar a União Europeia. Isto significaria desistir dos direitos automáticos de livre circulação e de livre comércio que vêm com a adesão à UE.
Esse é um grande debate. Mas basicamente, é porque a Grã-Bretanha votou em um referendo em 23 de junho de 2016. Os eleitores que queriam sair da UE e “retomar o controle” das leis e fronteiras britânicas ganharam de 52 a 48.
Provavelmente.
Bem, primeiro a Grã-Bretanha e a UE precisam concordar com os termos de como sairão. O parlamento britânico também precisará concordar. Além disso, alguns britânicos querem um “voto popular”.
Tecnicamente, o prazo final é 29 de março, a menos que se concorde sobre uma extensão.
Bem, tem demorado um pouco. Mas May conseguiu aprovação de seu gabinete dividido para seu acordo de retirada em 14 de novembro.
Sim. O acordo de retirada descreve como a Grã-Bretanha deixará a UE – coisas como um cronograma para um período de transição, o que acontece com os cidadãos da UE que vivem na Grã-Bretanha e a quantidade de dinheiro que a Grã-Bretanha tem que pagar à UE. Um acordo comercial estabeleceria uma relação econômica futura da Grã-Bretanha independente com a UE.
Não, de maneira nenhuma. De fato, há muitas pessoas dentro do próprio Partido Conservador, da Theresa May, que querem permanecer na UE – e muitos defensores fervorosos do Brexit que não apoiam seu plano pelo motivo oposto.
Eles querem, mas acham que May fez muitas concessões à Europa com esse acordo.
Muitos ‘brexistas’ querem um acordo que mantenha os benefícios econômicos da UE, mas que acabe com a livre circulação, retire o controle de Bruxelas sobre as leis comerciais da Grã-Bretanha e evite uma fronteira rígida com a Irlanda (mais sobre isso a seguir).
Os mais notáveis são Boris Johnson, ex-secretário de Relações Exteriores de May, e Jacob Rees Mogg, outro membro dos conservadores. Mas existem muitos outros.
Provavelmente o cenário do “apocalipse” de um Brexit ‘sem-acordo’, em que a Grã-Bretanha tenha que voltar para as regras comerciais da Organização Mundial do Comércio em suas fronteiras porque não pode chegar a um acordo com a Europa.
Isso provavelmente causaria grandes mudanças no comércio britânico, resultando em graves transtornos para quase todos os aspectos dos negócios britânicos. Uma projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana alertou que até oito por cento do produto interno bruto britânico poderia ser perdido.
A fábrica Cadbury começou a estocar os ingredientes para o chocolate. Então, talvez essa parte da vida britânica fique bem.
É definitivamente possível. Um estudo que saiu antes de May fazer o seu acordo estimou que havia cinco cenários possíveis para o Brexit. Todos menos um resultariam em Brexit sem-acordo.
Dificilmente. Houve uma série de pedidos de demissão do governo de May, lançando dúvidas sobre sua capacidade de fazer passar o seu acordo de retirada no parlamento.
Líderes europeus expressaram preocupações reais sobre um Brexit sem-acordo – isso poderia potencialmente atrapalhar seus próprios acordos também, lembre-se. Mas a UE também está preocupada com o fato de outros países tentarem sair, e por isso está negociando duramente com a Grã-Bretanha e oferecendo poucas concessões.
O Labour (Partido Trabalhista), da oposição, em geral está dividido sobre o Brexit, mas é provável que se oponha ao acordo de May por razões políticas. No entanto, é improvável que ele pare o Brexit tão cedo: seu líder, Jeremy Corbyn, disse recentemente que o Brexit não poderia ser parado.
Sim. Muitos políticos dos partidos Trabalhista e Conservador querem pará-lo, enquanto partidos menores, como os Democratas Liberais, ativamente fazem campanha contra ele.
Teoricamente, sim – um ponto a que a própria May aludiu recentemente pela primeira vez depois de chegar a seu acordo preliminar. Mas seria um movimento arriscado politicamente.
A ideia de um segundo referendo (um "voto do povo") sobre os termos finais tem apoio considerável entre o público, mas os políticos hesitam, já que isso poderia causar mais caos político.
É difícil dizer, mas muitas pesquisas sugerem que os eleitores britânicos que se opõe ao Brexit aumentaram nos últimos dois anos.
Os cidadãos da União Europeia têm o direito de circular pelas nações. Para muitos no campo pró-Brexit, a imigração era uma questão importante com o resto da Europa.
A União Aduaneira da UE significa que ela negocia as leis de comércio como um bloco, e o Mercado Único significa que a Europa não tem barreiras comerciais dentro dele. As vozes pró-Brexit esperam que, deixando a Europa, a Grã-Bretanha possa negociar seus próprios - e melhores - acordos comerciais.
Se a Grã-Bretanha deixar a União Aduaneira e o Mercado Único, poderia haver uma fronteira rígida entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, onde os controles de fronteira agora são mínimos.
Poderia comprometer o Acordo de Sexta-Feira Santa de 1998 e, com ele, o processo de paz da Irlanda do Norte. Também provavelmente teria um impacto significativo no comércio. Além disso, May precisa ter seu parceiro político na Irlanda do Norte (o Partido Democrático Unionista) e o governo irlandês do lado dela.
Um pouco. Mas também, não realmente.
Nas 585 páginas do acordo de retirada do Brexit, o resultado mais notável foi a criação de um período de transição, que essencialmente manteria a Grã-Bretanha na União Aduaneira até 2020, e possivelmente além.
Não, mas possivelmente fornece um “backstop” (um escudo) para resolver isso no futuro.
Cidadãos da UE que vivem na Grã-Bretanha e britânicos que vivem nos estados da UE manterão seus direitos, mas terão que se candidatar formalmente para permanecer no país.
Não vai. Como observamos antes, ambos tanto os pró-Brexit quanto os anti-Brexit expressaram oposição.
O plano precisa ir a Bruxelas, onde os líderes europeus debaterão e votarão em 25 de novembro. Isto é, se May mantiver o seu emprego.
Sim. Ela pode ser forçada a deixar o cargo com um voto de desconfiança, ou pode até mesmo renunciar. Não está claro, no entanto, quem a substituiria, ou se eles fariam um trabalho melhor.
Ainda não se sabe.
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