Pelo menos 717 peregrinos morreram esmagados nesta quinta-feira (24) em Mina, nos arredores da cidade sagrada muçulmana de Meca, onde cerca de 2 milhões de pessoas realizam a peregrinação anual do Hajj, disseram as autoridades sauditas. Chegou-se a divulgar um número superior a 800 mortes, mas o serviço de resgate logo revisou a informação.
Outras centenas de pessoas ficaram feridas no tumulto ocorrido na Rua 204 da cidade de Mina, localidade onde os peregrinos permanecem hospedados por vários dias durante para o evento e que está situada a poucos quilômetros de Meca.
Mais de 220 ambulâncias e 4 mil pessoas trabalham na ajuda aos feridos.
Entenda como é a peregrinação sagrada dos muçulmanos
O Hajj é um dos rituais mais importantes do Islamismo. É uma série de ações nos arredores da cidade santa de Meca, na Arábia Saudita, que todo muçulmano deve fazer ao menos uma vez na vida, segundo os preceitos da religião -- a não ser que as condições de saúde ou financeiras do fiel não permitam.
Leia a matéria completaA peregrinação já foi palco de desastres mortais no passado, incluindo corre-corres, incêndios em barracas e distúrbios.
A segurança durante o Hajj é uma questão politicamente sensível para a dinastia Al Saud, que controla a Arábia Saudita e se apresenta internacionalmente como guardiã do Islã ortodoxo e responsável por seus locais mais sagrados em Meca e Medina.
O governo gastou bilhões de dólares na modernização e expansão da infraestrutura para o evento anual e em tecnologia de controle de multidão nos últimos anos. O último grande incidente com mortes havia ocorrido em 2006, quando pelo menos 346 peregrinos morreram em um tumulto.
A Rua 204 é uma das duas principais artérias que conduzem do acampamento em Mina para Jamarat, onde os peregrinos realizam o ritual de apedrejamento do diabo, atirando pedras em três grandes pilares. Jamarat foi também o local do desastre de 2006 e vários outros.
Os esforços para melhorar a segurança em Jamarat incluíram a ampliação dos três pilares e a construção de uma ponte de três níveis em torno deles para aumentar a área e o número de pontos de entrada e saída para os peregrinos que cumprem o ritual.
Há duas semanas, 110 pessoas morreram na Grande Mesquita de Meca quando um guindaste operando num projeto de expansão desabou durante uma tempestade e esmagou peregrinos que estavam embaixo.
Tragédias são recorrentes em peregrinações a Meca; relembre
As peregrinações a Meca para rituais sagrados do Islamismo são acompanhadas de tumultos, embora o governo saudita tenha investido em infraestrutura nos últimos anos.
Leia a matéria completaSeis equipes de emergência prestam os primeiros socorros aos feridos no local da tragédia e orientam os peregrinos para “rotas alternativas”.
Até o momento não foram divulgados os motivos que teriam provocado uma correria.
Hajj
Mais de dois milhões de muçulmanos iniciaram nesta semana o Hajj, a peregrinação sagrada a Meca. Todo seguidor da religião deve comparecer ao menos uma vez na vida ao evento, anual, desde que possua meios financeiros suficientes para tal.
Neste ano, o Hajj acontece entre 22 e 26 de setembro. Um dos principais rituais consiste em dar sete voltas ao redor da Cabaa, a construção mais sagrada do islã, localizada no pátio central da Grande Mesquita -- local para onde os muçulmanos se voltam ao realizar suas orações.
A peregrinação, considerada o maior encontro anual de pessoas no mundo, também inclui uma série de outros procedimentos, como orações, caminhadas e sacrifício animal.
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