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Terrorismo

Tunísia, Mali, Síria e Egito sofrem com queda do turismo na região

Atingida por dois mortíferos atentados terroristas no espaço de três meses, a Tunísia se tornou um destino temerário para turistas em busca de paz e tranquilidade. A ameaça jihadista também afetou a economia e as viagens para países vizinhos como o Egito ou o Mali e sua antes visitada cidade de Timbuktu, classificada como patrimônio mundial da Unesco. Sem falar em cidades históricas como Palmira, hoje sob domínio do Estado Islâmico (EI), em uma Síria devastada por um conflito que já perdura por mais de quatro anos.

O analista Éric Denécé, diretor do Centro Francês de Pesquisas em Inteligência e também autor do livro Turismo e terrorismo – das férias de sonhos às viagens de risco, equipara a situação atual ao contexto criado no pós-ataque às Torres Gêmeas de Nova York, em 2001: “Nos anos 2001-2005, se dizia que o número de países para os quais um estudante podia partir com sua mochila era muito inferior aos destinos disponíveis nos tempos da Guerra Fria. E isso hoje não mudou. Os jihadistas sabem que, atacando o turismo, a crise econômica piora, e esperam com isso que muitos muçulmanos passem a aderir aos movimentos islamistas”.

“Se o turismo cair, a economia cai”, disse a ministra do Turismo da Tunísia, Selma Elloumi Rekik, num sinal de alerta em um país no qual o setor emprega cerca de 470 mil pessoas (13,9% da população ativa) e representa 7,4% do PIB.

O Mali está na lista negra dos ministérios de Relações Exteriores europeus como um país de alto risco e desaconselhável para viagens, sobretudo após os atentados de março último. No Egito, o terrorismo islâmico ampliou seus alvos: antes mirava prioritariamente as forças de segurança policiais e militares, e mais recentemente passou a atacar também sítios turísticos.

Veja como e por que quatro países foram prejudicados devido às ações dos grupos terroristas em nome da Jihad.

Egito

Desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011, o país vive uma onda de instabilidade que afugentou os turistas. Os cerca de 15 milhões de visitantes ao país em 2010 caíram para menos de 10 milhões em 2013, e a expectativa é que neste ano não passem da metade desse número. À instabilidade política, somaram-se os recentes atentados a pontos turísticos como o templo de Karnak, em Luxor, tendo como resultado o esvaziamento de outras atrações da cidade como o túmulo de Ramsés, na mesma cidade. As receitas dos templos caíram 95% nos últimos cinco anos.

Mali

As cenas da tomada, em 2012, da icônica cidade de Timbuktu, patrimônio mundial da Unesco, afugentaram os turistas do país do Norte da África, e nem a retomada do sítio histórico por tropas francesas serviu para trazer os visitantes de volta. Em 2010, mais de 200 mil estrangeiros visitaram o Mali, número que caiu para menos de 10 mil no ano passado. As perdas da economia levaram a um buraco de quase US$ 800 milhões no orçamento do país africano, que não tem perspectiva iminente de recuperação.

Síria

A guerra civil de mais de quatro anos que devastou a Síria também arruinou a indústria turística do país. Em 2010, o turismo trouxe mais de 8 milhões de visitantes e respondeu por 12% do PIB do país. O número de turistas desde então caiu mais de 95%, levando ao fechamento de mais de 370 estabelecimentos ligados ao setor e deixando 11% da população sem emprego. Além disso, pontos turísticos como a histórica cidade de Palmira estão ameaçados de destruição pelo Estado Islâmico.

Tunísia

Em dezembro de 2015, a National Geographic Traveler elegeu a Tunísia o 7º melhor destino turístico do mundo. Em seis meses, esse cenário mudou radicalmente com os ataques ao Museu do Bardo, em Túnis, e a um resort no balneário de Sousse, ambos tendo os estrangeiros como principal alvo. Agora, o governo tunisiano já estima perdas de até US$ 500 bilhões com o setor que emprega 14% da população ativa e representa 8% do PIB. O governo diz que o alerta britânico contra as viagens à Tunísia pode empurrar o país à recessão.

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