Caminhões lotados com alimentos e água e carros cheios de pessoas entraram na Líbia neste domingo (28) por meio do principal posto fronteiriço com a Tunísia, horas depois de as autoridades tunisianas reabrirem o local, disse uma testemunha da Reuters.
Na sexta-feira, rebeldes líbios tiraram o lado líbio da passagem de Ras Jdir das mãos de soldados leais a Muammar Kadafi, tomando o controle da estrada costeira entre a Tunísia e a capital Trípoli.
"Trípoli precisa de muita comida. Não há nada lá. Estamos levando isto a eles e depois faremos tantas viagens quanto forem necessárias", afirmou Lassad Trabelsi, um líbio que dirigia um caminhão carregado de tomates, água e frutas.
"A abertura deste posto vai realmente permitir que Trípoli e todas as cidades líbias voltem à vida normal após seis meses sem acesso às necessidades", disse.
Trípoli e outras regiões da Líbia destruídas pelos conflitos sofrem com a escassez de água e alimentos, e grupos de ajuda humanitária disseram que não há suprimentos médicos suficientes para tratar os milhares de feridos.Marwen Thassi, uma autoridade da ONU (Organização das Nações Unidas) na fronteira, disse que o órgão ainda não começou a levar ajuda para dentro da Líbia.
"Queremos esperar alguns dias antes de tomar uma decisão de enviar ajuda, pois a situação permanece instável em algumas cidades (no decorrer da estrada costeira)", afirmou. "Mas saudamos a reabertura da fronteira, que permitiu que comerciantes começassem a levar mantimentos."
Entre os cerca de 100 veículos que faziam fila na fronteira, estavam líbios que retornavam para suas casas depois de buscarem abrigo durante os confrontos. No lado líbio da passagem, rebeldes que cuidavam do posto atiraram para o alto em comemoração.
"É uma grande alegria poder retornar à Líbia após três meses em Túnis", afirmou Ala Abou Ajilla, um morador de Zuara que viajava com sua família.
"Fomos recebidos na Tunísia como reis, mas estamos orgulhosos pelo nosso próprio país. Finalmente podemos ver nossa grande terra sem Kadafi", afirmou.
Comerciantes tunisianos de Ben Guerdan montaram barracas de alimentos e outros mantimentos para vendê-los. "Estamos prontos para prover qualquer coisa que nossos irmãos precisarem", afirmou um deles.
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