• Carregando...
Diante da corte de Túnis, manifestantes gritam slogans durante protesto contra a acusação de indecência que implica uma mulher estuprada por dois policiais | Zoubeir Souissi/Reuters
Diante da corte de Túnis, manifestantes gritam slogans durante protesto contra a acusação de indecência que implica uma mulher estuprada por dois policiais| Foto: Zoubeir Souissi/Reuters

Centenas de tunisianos protestaram ontem em fren­­te aos tribunais da capi­­tal Túnis contra a prisão de uma mulher de 27 anos que acusa dois policiais de estupro. Os agentes disseram que ela é culpada por atentado ao pudor.

A mulher, que não foi identificada, compareceu à corte para tentar se defender das acusações. De acordo com os advogados dela, o juiz responsável pelo caso, Mohammed Miftah, não se pronunciará até o fim da semana sobre as imputações.

Ele deverá definir como se existem provas para a continuidade do caso ou se ele deve ser arquivado. A acusação foi feita em 3 de setembro por três policiais que interceptaram a mulher e seu namorado em uma blitz.

De acordo com a versão da jovem, ela foi violentada por dois policiais enquanto o terceiro pedia 300 dinares tunisianos (R$ 360) de propina ao homem que a acompanhava.

No entanto, os policiais afirmam que os dois estavam "em uma postura imoral" dentro do carro pouco antes de serem revistados. Caso condenada, a mulher poderá passar até seis meses na prisão.

O juiz responsável também terá que responder sobre as acusações contra os policiais. Se considerados culpados pelo crime de estupro, os dois agentes podem receber a pena de morte, apesar de que as execuções não são feitas no país há mais de 20 anos.

Em entrevista, a jovem disse que está sofrendo um calvário e diz ser chantageada por pessoas próximas e familiares dos policiais por mensagens na internet, dando detalhes do estupro que só os agentes poderiam saber.

O crime chamou a atenção dos tunisianos e provocou protestos nas ruas e na internet. Entre os participantes das manifestações, estavam advogados, parlamentares, estudantes, professores e ativistas de ONGs de direitos humanos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]