Menino usa uniforme militar em protesto contra guerra na Praça da Independência, em Kiev| Foto: Gleb Garanich/Reuters

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O Ministério da Defesa da Rússia afirma que 189 instalações militares ucranianas na Crimeia já passaram para as mãos do país, que tem em Sebastopol a sede de sua frota no mar Negro. A cidade é a mesma onde fica o quartel-general da Marinha ucraniana.

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Navios russos bloqueiam a saída da baía de Donuzlav, na Crimeia: resistência chega ao fim

O presidente da Ucrânia, Olexander Turchinov, exigiu ontem que as autoridades da Crimeia liberem Yuliy Mamchur, comandante da base ucraniana de Belbek. A instalação militar foi atacada ontem por homens armados não identificados.

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Os invasores usaram veículos blindados para entrar na base, onde trocaram tiros com soldados ucranianos, deixando um militar do país e um jornalista feridos. O governo ucraniano acusa tropas russas de terem feito o ataque.

Em comunicado, Tur­chinov afirma que Mamchur foi sequestrado pelos homens armados. Ele também ordenou que as forças de segurança elaborem um plano para reagir às prisões e desaparecimentos de ucranianos na península, anexada à Rússia na semana passada.

O comandante da base de Belbek foi um dos primeiros a exigir uma posição do Ministério da Defesa sobre o futuro dos militares ucranianos na Crimeia. Há dez dias, disse que as forças não poderiam resistir por muito tempo ao ataque de militares russos, maiores e mais bem preparados.

Diante da preocupação dele e de outros comandantes, o ministro da Defesa, Igor Teniuj, pediu uma ação do governo interino, que manteve as tropas na região, apesar dos ataques. A base de Belbek foi uma das seis instalações militares invadidas por homens armados nos últimos dez dias.

A tomada das bases faz parte do decreto aprovado pelas autoridades da Crimeia após o referendo em que 97% dos votantes decidiu anexar a região autônoma ucraniana à Rússia. Além das áreas em terra, navios também foram tomados por forças aliadas de Moscou.

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Transnístria

Ontem, o comandante militar da Otan, o americano Phillip Breedlove, acusou os russos de enviar um número exagerado de soldados para exercícios. Ele teme que a ação seja um disfarce para a invasão da Transnístria, região autônoma da Moldávia que faz fronteira com o oeste da Ucrânia.

O vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, nega e afirma que o contingente usado está de acordo com as normas internacionais. Com maioria russa, a Transnístria se declarou independente da Moldávia em 2008.

Defesa ordena que o último navio resista

O Ministério da Defesa da Ucrânia ordenou ontem que a tripulação do navio de guerra Konstantin Olshanski, o último sob controle de Kiev na região da Crimeia, resista até o fim contra o avanço de forças aliadas da Rússia.

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A embarcação é uma das poucas instalações militares que ainda estão em poder da Ucrânia na península. Segundo o ministro Igor Teniuj, o barco está no lago Donuzlav, a 120 km da capital Simferopol, e é bloqueado por embarcações russas, que cercam a saída do lago ao mar Negro. As tripulações de outros dois navios de guerra da Ucrânia obedeceram às ordens russas e atracaram no litoral.

Teniuj disse que a embarcação está com todo o armamento certo e os marinheiros têm ordens para disparar em caso de ataque. Ele também anunciou que o governo ainda avalia a retirada de militares da Crimeia, em especial os familiares dos soldados.

Prejuízo

A perda da estrutura militar na Crimeia provocará prejuízos graves à Ucrânia, em especial na estrutura da Marinha, cujo quartel-general fica em Sebastopol. Embora não tenha reconhecido a anexação da Crimeia, o governo ucraniano não reagiu de forma concreta à ocupação de bases e navios.

A falta de rumo foi motivo de críticas dos comandantes das Forças Armadas.

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