A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, passa a favorita na corrida pela direção do FMI| Foto: Benoit Tessier/Reuters

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Fundo quer definição até 30 de junho

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem que aceitará indicações para substituir Dominique Strauss-Kahn como diretor-gerente a partir de segunda-feira e espera selecionar o novo chefe da instituição até 30 de junho.

Shakour Shaalan, representante do conselho do FMI para o Egito e vizinhos do Oriente Médio, afirmou que o processo de seleção foi amplamente aceito pelos 24 membros do conselho, o que garante que a seleção será conduzida de maneira "aberta, baseada no mérito e transparente".

Ele acrescentou que os candidatos serão compilados em uma lista pequena e que o próximo diretor-gerente será escolhido por consenso.

Os países têm de segunda-feira até 10 de junho para indicarem seus candidatos. Strauss-Kahn renunciou ao cargo esta semana após ter sido preso sob acusação de crimes sexuais contra uma camareira de um hotel em Nova York. Ele foi libertado ontem após pagamento de fiança de 1 milhão de dólares.

Governos de países emergentes, como Índia e México, defendem um nome que não seja europeu, enquanto a União Europeia trabalha nos bastidores para garantir a sucessão.

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O ex-ministro das Finanças turco Kemal Dervis, tido como o mais forte nome de fora da União Eu­­ropeia para suceder Dominique Strauss-Kahn, anunciou que não concorre à direção do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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A desistência fortalece a atual ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, na corrida para suceder o conterrâneo Strauss-Kahn. Além disso, torna mais im­­provável que seja atendido agora o pleito dos países em de­­sen­­volvimento para que o chefe do organismo pela primeira vez não ve­­nha da UE.

Em curta nota, Dervis descartou sua candidatura para o posto e disse que continuará trabalhando no centro de estudos Brookings Institute.

Dervis não deu detalhes do motivo de sua decisão. O jornal The New York Times noticiou que ele teve um caso com uma subordinada quando atuou no Banco Mundial. A revelação estabelece paralelo com a biografia de Strauss-Kahn, que manteve um caso extraconjugal com uma funcionária do FMI.

O turco, que trabalhou durante 24 anos no Banco Mundial e chefiou a agência de desenvolvimento da ONU, vinha ganhando força na bolsa de apostas enquanto crescia a expectativa de que países em desenvolvimento se uniriam em torno do seu nome.

Desde a criação do FMI e do Banco Mundial, nos anos 40, há acordo entre os EUA e a Europa de que o primeiro é chefiado por um europeu e o segundo, por um americano. Mas, diante da crescente im­­portância das economias emergentes, como o Brasil, a regra tem sido contestada.

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A chanceler (premiê) da Ale­­manha, Angela Merkel, que tem defendido um europeu no FMI, elogiou o nome de Lagarde.

A agência de notícias France Presse, que cita fontes diplomáticas europeias, diz que um sinal público a favor de Lagarde deve vir da reunião do G8, na próxima semana, na França.

"Lagarde está praticamente confirmada", afirmaram as fontes em Bruxelas. "Vamos ter um sinal já de Deauville [França]", onde estarão os chefes de Es­­tado e governo dos oito países mais industrializados do mundo (G8) nos dias 27 e 28, acrescentaram.