Dois cidadãos turcos sequestrados há 50 dias no norte do Afeganistão foram libertados na noite de terça-feira em uma operação de resgate feita por forças locais de segurança, segundo autoridades afegãs.
Faqir Mohamaad Jawzjani, vice-governador da província de Jawzjan, atribuiu o sequestro ao Taleban, e disse que o grupo islâmico solicitou o equivalente a 530 mil dólares por cada um, quantia que não foi paga.
"Finalmente descobrimos o local e os resgatamos, numa operação envolvendo as forças afegãs de segurança", disse ele.
Os dois turcos -- identificados na mídia do seu país como Sami Bagdas e Mumin Ozel -- trabalhavam para uma empresa privada, e foram mantidos pelos sequestradores no fundo de um poço seco, a 40 metros da superfície, segundo Jawzjani.
"O Taleban os manteve com uma só muda de roupas durante 50 dias. Seus pés e mãos estavam firmemente acorrentados. Eles recebiam pouquíssima comida a cada dia", afirmou o vice-governador, acrescentando que os reféns foram entregues ainda na quarta-feira a autoridades turcas na capital provincial.
O Taleban negou envolvimento, por meio de um porta-voz que falou à Reuters por telefone, de local não identificado.
Um terceiro turco e dois afegãos foram sequestrados no mesmo incidente. O turco foi libertado por razões de saúde, e as famílias dos afegãos pagaram resgates de 17 mil dólares por cada um, segundo Jawzjani.
O sequestro é uma lucrativa atividade no miserável Afeganistão, e nos últimos anos muitos nativos e estrangeiros foram tomados como reféns por criminosos ou por rebeldes islâmicos.
Um ou dois estrangeiros são sequestrados a cada mês, e vultosos resgates são solicitados. Já os afegãos são vítimas desse crime cinco a dez vezes por semana, e nesse caso a exigência financeira é menor.
Em outros casos de sequestro, dois afegãos foram libertados em operações de resgate na terça-feira, segundo nota do Ministério do Interior.
Um deles é um ancião tribal feito refém há quase um mês na província de Kunduz (norte). O outro é o empresário Abdullah Omarzai, capturado há seis dias em Cabul.
Omarzai foi mantido num poço de 30 metros na capital, enquanto os sequestradores exigiam 1 milhão de dólares em resgate. Cinco supostos envolvidos foram detidos em Cabul e Kunduz, segundo o ministério.
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