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Economia Cubana

Turismo em Cuba já vinha desacelerando. Agora piorou de vez

Taxista particular em um antigo carro americano leva os turistas nas ruas de Havana
Taxista particular em um antigo carro americano leva os turistas nas ruas de Havana (Foto: Yamil LAGE/AFP)

O pequeno setor privado de Cuba já está sentido os efeitos das novas sanções dos Estados Unidos, que entraram em vigor no início de junho. Com a proibição do turismo de grupos, em especial de cruzeiros, os "cuentapropistas" que oferecem serviços turísticos e gastronômicos viram seus negócios minguarem nas últimas semanas.

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"Em uma semana perdemos mais de 80% do negócio", disse ao jornal espanhol El País o motorista Luis Manuel Pérez, que leva turistas para uma volta pela capital Havana em seu Chevrolet 1954 Bell Air por US$ 30 a hora.

Mas não é de agora que o turismo cubano vem perdendo o seu dinamismo. Após ver um grande salto no número de turistas chegando à ilha, incentivado pela aproximação com os Estados Unidos durante a administração de Barack Obama, o setor começou a desacelerar.

A quantidade de visitantes continua aumentando, mas a percentuais muito menores do que os que vinham sendo registrados em anos anteriores. As taxas de ocupação, pernoite e os gastos dos turistas diminuíram no último ano, segundo dados da Oficina Nacional de Estatística e Informação de Cuba.

No fim de 2018 a taxa de ocupação dos hotéis era de apenas 38,5%, a menor desde os anos 1990 segundo Carmelo Mesa-Lago, autor de mais de 70 livros sobre a economia latino-americana e cubana. Para ele, esse dado apontava um maior número de turistas chegando à ilha por navios de cruzeiros - um indício do quão prejudiciais as sanções americanas mais recentes podem ser para o turismo cubano.

Além das sanções

As restrições impostas pelos Estados Unidos têm grande peso nos números negativos

Ainda em 2017, o presidente Donald Trump proibiu os cidadãos americanos de se hospedarem em hotéis ou comer em restaurantes administrados pelas forças armadas cubanas. O governo americano ainda alertou os americanos que não viajassem à Cuba pelo perigo de "ataques sônicos" contra diplomatas, antes de impor as sanções que proibiram as viagens de cruzeiro.

Contudo, outros fatores também contribuíram para a desaceleração do turismo, como apontou Mesa-Lago em artigo publicado na revista Cuba Posible: o furacão Irma, que atingiu a ilha em setembro de 2017 inundou centenas de quilômetros do litoral; e a queda da qualidade dos serviços prestados pelo setor de serviços na ilha, especialmente em hotéis administrados pelo estado.

Ainda assim, o turismo continua sendo a terceira maior fonte de entrada de divisas em Cuba – atrás da exportação de serviços (especialmente médicos) e das remessas enviadas por cubanos que moram no exterior. Em 2018, 4,7 milhões de turistas levaram US$ 3,3 bilhões para a economia da ilha.

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