Governo

Mantega cancela viagem

As cinzas do vulcão chileno Puyehue provocaram ontem o cancelamento até mesmo da viagem do ministro Guido Mantega (Fazenda) à Argentina. Mantega iria a Buenos Aires para participar de uma reunião de ministros da Economia da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Segundo a assessoria do ministro, a viagem foi cancelada porque todos os voos internacionais e domésticos para aeroportos da capital argentina foram suspensos. Mesmo o avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que levaria Mantega, não poderia pousar em Buenos Aires, já que o espaço aéreo foi fechado. O ministro participaria ontem de um jantar com ministros da Economia da Unasul e hoje de manhã de uma reunião do conselho da organização.

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O fechamento dos aeroportos e a nova paisagem de Bariloche, coberta de cinzas, estão fazendo com que muitos turistas mudem os planos. A região da Patagônia argentina é um dos destinos fa­­voritos dos brasileiros nesta época do ano, mas quem planejava viajar para lá nesta semana precisou repensar o roteiro.

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O proprietário da agência de viagens Meridiano, de Curitiba, André Luiz Macias, explica que está oferecendo duas alternativas a seus clientes: o cancelamento da viagem, com 100% de reembolso ou a remarcação da passagem para outra data ou para outro destino.

Além das pessoas que iriam para Bariloche, também estão ocorrendo cancelamentos de passageiros que iriam para Bue­­nos Aires e outros destinos da América Latina.

A consultora do departamento internacional da MGM Turis­­mo, de Curitiba, Márcia Chavin, conta que clientes que tinham um pacote no qual iriam do Chi­­le para o Uruguai estão parados em Santiago por não conseguirem embarcar.

Um outro grupo, que iria nesta semana para Bari­­loche, por exemplo, resolveu re­­marcar a via­­gem para setembro. "Por en­­quanto não tivemos prejuízos porque as companhias aéreas, os hotéis e outros prestadores de serviço não estão co­­brando multas pelas mudanças e remarcações. E os clientes estão preferindo remarcar as viagens a pedir reembolso", diz Márcia.

De acordo com a Secretaria de Turismo de Bariloche, não há al­­terações na programação turística da cidade por causa das cinzas do vulcão. As estações de esqui devem abrir por volta do dia 21 de junho, dependendo da neve. Uma funcionária da Secretaria conta que há poucos turistas na cidade e a maioria é de municípios vizinhos. Mas ela minimiza a justificativa de que o baixo mo­­vimento seja consequência das cinzas e diz que todos os anos o número de turistas oscila de acordo com a quantidade de ne­­ve. "Não temos como prever se ainda vai ter cinzas daqui a duas semanas, mas quando começar a nevar, vai ter movimento".

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Sem previsão do tempo que as cinzas ainda vão afetar a região, os agentes de viagem não estão estimulando turistas a viajar pa­­ra os locais mais atingidos pelas cinzas. "A curto prazo, não estamos aconselhando Bariloche como destino", diz Macias.