O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, declarou que seu país continua considerando Mohammed Mursi, deposto há duas semanas, como o presidente legítimo do Egito, informou nesta terça-feira (16) o jornal local Sabah.

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"Para nós, Mursi continua ocupando legalmente seu cargo", assegurou o ministro em uma entrevista à emissora NTV e reproduzida hoje em vários diários.

O chefe da diplomacia turca criticou o golpe de Estado militar no Egito, ressaltou a legitimidade das eleições vencidas por Mursi e lamentou que o governo eleito nas urnas já não tivesse poder algum.

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Davutoglu advertiu sobre as possíveis consequências de um "efeito dominó ao contrário", caso o golpe dado no Egito não seja condenado de forma exata.

"Se querem voltar ao sistema anterior, como em outros países, diria que no Egito foi aceito. Eles podem fazer algo similar no Iêmen, Tunísia e Líbia, onde há elementos que querem voltar ao que havia antes", alertou o ministro.

O chanceler turco acrescentou que medidas como a exclusão da Irmandade Muçulmana - a organização de Mursi - da política egípcia poderiam repercutir no aumento da violência em toda a região.

Por outra parte, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinalou em reunião parlamentar de seu partido, o islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP), que rejeitou um pedido de reunião do recém designado vice-presidente egípcio, Mohamed El Baradei, informou hoje o jornal "Radikal".

"Quiseram nos usar para se legitimarem, mas rejeitamos", declarou Erdogan ao falar sobre sua recusa, segundo o "Radikal".

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