O Parlamento da Turquia aprovou nesta quinta-feira (2) uma moção que dá ao governo novos poderes para lançar incursões militares dentro da Síria e do Iraque e para permitir que forças estrangeiras usem o território do país para possíveis operações contra a milícia radical Estado Islâmico (EI). Apesar da aprovação, há poucos sinais de que qualquer incursão militar seja iminente.
Aprovada com 298 votos contra 98, a moção estabelece a base legal para qualquer envolvimento militar turco no Iraque e na Síria e para o uso potencial de bases do país por soldados estrangeiros.
Enquanto isso, os militantes do EI mantiveram sua ofensiva contra uma cidade curda ao longo da fronteira entre a Síria e a Turquia. A ofensiva, que forçou cerca de 160 mil pessoas a fugir cruzando a fronteira em dias recentes, deixou combatentes curdos nesta quinta com dificuldades para repelir os extremistas que fazem pressão nos arredores de Kobani, também conhecida como Ayn Arab.
A Turquia, um membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) com um Exército grande e moderno, ainda tem de definir qual papel tem a intenção de desempenhar na coalizão liderada pelos EUA contra o EI.
Previamente, o Parlamento havia aprovado operações no Iraque e na Síria para atacar separatistas curdos ou para conter ameaças do regime sírio. A moção desta quinta expandiria esses poderes para lidar com as ameaças do militantes do EI que controlam uma grande área de fronteira entre o Iraque e a Síria, em algumas partes bem perto da divisa turca.
Questionado sobre quais medidas a Turquia tomaria depois da aprovação da moção, o ministro da Defesa Ismet Yilmaz disse: "Não espere nenhum passo imediato."
"A moção prepara a base legal para possíveis intervenções, mas ainda é muito cedo para dizer quais intervenções serão estas", disse Dogu Ergil, um professor de ciência política e colunista do jornal Today's Zaman.
Ergil afirmou que a moção poderia permitir que combatentes curdos, por exemplo, usem o território turco para cruzar em segurança para a Síria, para ajudar forças curdo-sírias no país, ou o envio de drones (aviões não tripulados) das forças de coalizão.
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