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Tensão

Turquia ataca a Síria após morte de civis

Cenário de guerra na cidade turca de Akcakale, após os disparos que partiram do território sírio e deixaram cinco mortos: governo de Bashar al-Assad pediu para os dois países controlarem a fronteira | Rauf Maltas/Reuters
Cenário de guerra na cidade turca de Akcakale, após os disparos que partiram do território sírio e deixaram cinco mortos: governo de Bashar al-Assad pediu para os dois países controlarem a fronteira (Foto: Rauf Maltas/Reuters)

A escalada de tensão entre Turquia e Síria ganhou ontem contornos de confronto militar, com ataques da artilharia turca contra o território sírio. A ofensiva foi uma retaliação aos morteiros disparados do território sírio horas antes, que deixaram cinco civis mortos na cidade turca de Akcakale. Os ataques reacenderam os temores de que a guerra civil na Síria cause um conflito regional.

Não ficou claro se os morteiros partiram de forças do governo sírio ou de rebeldes que lutam para derrubar o presidente Bashar al-Assad, mas a resposta turca foi rápida. "Nossas forças armadas na região da fronteira responderam imediatamente a esse ataque abominável", anunciou um comunicado do gabinete do premiê Recep Tayyip Erdogan. Segundo a nota, os disparos da artilharia atingiram alvos "identificados por radar". Até o fechamento desta edição, não havia informações sobre os alvos atingidos em território sírio.

Os morteiros atingiram um bairro residencial de Ak­­cakale, no Sudeste da Tur­­quia. Entre as vítimas estão uma mulher e seus três filhos, um deles um menino de 6 anos. Pelo menos dez pessoas ficaram feridas. Akcakale fica nas imediações do posto fronteiriço sírio de Tall al-Abyad, recente cenário de combates entre as tropas sírias e rebeldes.

Reação

Os ataques levaram a Otan (aliança militar do Ocidente), da qual a Turquia faz parte, a convocar uma reunião de emergência. O artigo 5.º do estatuto da Otan estabelece que um ataque contra um membro é considerado um ataque a todos os integrantes. A reunião, porém, foi convocada sob o artigo 4.º, mais brando, que prevê apenas consultas. Após a reunião, a Otan pediu que a Síria "ponha fim as suas violações flagrantes do direito internacional". A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, também condenou o ataque e se disse "indignada" com a situação.

A Síria anunciou a abertura de uma investigação. O ministro sírio da Informação, Omran Zoabi, afirmou ainda que os dois países devem controlar juntos a fronteira — a Síria acusa o governo turco de treinar e financiar grupos da oposição armada.

O secretário-geral da Or­­ga­­­­nização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu à Turquia que mantenha abertos os canais de comunicação com o governo sírio. Em nota, Ban pediu ao governo sírio que respeite a integridade territorial dos seus vizinhos.

Síria e Turquia haviam en­­saiado uma aproximação­­ antes do início da revolta contra Assad, em março de 2011. Em 26 de junho, a Otan já havia se reunido após a derrubada de um caça turco pela defesa síria, que causou a morte dos dois pilotos da aeronave.

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