O Parlamento da Turquia vai votar uma moção que pode autorizar forças estrangeiras e soldados turcos a realizarem incursões na Síria e no Iraque, informou ontem o vice-premiê turco, Bulent Arinc. O parlamento deve criar amanhã medidas que autorizam o Exército turco a realizar operações nas fronteiras.
Arinc afirmou que a nova permissão iria juntar duas medidas separadas da Síria e do Iraque, expandindo o escopo para incluir ameaças apresentadas pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) e também permitir o uso do território turco para tropas estrangeiras. "Preparamos um texto que considera todos os riscos e medidas de contenção", afirmou.
As propostas devem ser debatidas em sessões fechadas ou abertas do Parlamento amanhã e serem votadas em seguida. Acredita-se que a aprovação será concedida. "Nós definitivamente estaremos onde precisamos estar", disse o presidente Recep Tayyip Erdogan no fim de semana. "Não podemos ficar fora disso."
Oposição
Alguns partidos de oposição turcos se opõem firmemente a qualquer ação militar turca na Síria e devem contestar as propostas. "As ameaças à região são claras. A Turquia enfrenta a maior ameaça", declarou na segunda-feira o ministro de Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu à agência estatal de notícias Anatólia.
Desde que os Estados Unidos iniciaram os ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque, em 8 de agosto, a Turquia está sob crescente pressão ocidental para fornecer mais apoio vigoroso à campanha aérea, mas estava impedida por causa do sequestro de 46 pessoas, a maioria turcos, pelo Estado Islâmico na cidade de Mossul, norte iraquiano.
Fuga
A violência no norte da Síria envolve Ancara cada vez mais no conflito, já que os combates levaram mais de 150 mil sírios a fugir para a Turquia. Pelo menos 1,3 milhão de sírios desalojados pela guerra civil em seu país já estão em território turco. A Turquia tem impedido os curdos turcos de cruzar a fronteira para se juntar aos sírios.