A Turquia baniu ontem todas as aeronaves sírias de seu espaço aéreo, dias depois de interceptar um avião sírio que carregava o que afirmou serem munições fabricadas pelos russos para o exército sírio.
Questionado sobre se as aeronaves sírias estavam agora banidas do espaço aéreo turco, uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores afirmou: "Sim, aeronaves civis. As aeronaves militares foram banidas de fato muito antes."
Crise
O Airbus A320 da Syrian Arab Airlines foi obrigado a pousar em Ancara após ser interceptado por dois caças F-16 da força aérea turca, por volta das 17h15 locais (11h15 em Brasília) da última quarta-feira. Nele, viajavam 37 passageiros que vinham de Moscou.
A aeronave foi submetida a registro e as autoridades turcas apreenderam cerca de dez contêineres, com conteúdo supostamente ilegal, que violaria as normas de transporte da aviação civil.
O avião foi liberado por volta das 2h30 locais (20h30 em Brasília) para seguir o voo até Damasco. Pouco antes, Ancara emitiu uma ordem proibindo as aeronaves turcas de passar pelo espaço aéreo da Síria.
No dia seguinte, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, afirmou que o avião comercial carregava munição de fabricação russa destinada ao Ministério da Defesa da Síria, informação que não foi confirmada por Moscou.
O pouso não programado do avião causou irritação entre os governos russo e sírio. Damasco chamou a ação de "pirataria aérea" e exigiu a carga de volta, enquanto a Rússia acusou os turcos de colocar a vida de seus cidadãos em risco.
A interceptação acontece em meio à troca de bombardeios entre sírios e turcos na região de fronteira entre os dois países, após um ataque vindo da Síria atingir uma casa na cidade de Akçakale, na Turquia, deixando cinco mortos no início do mês.
A ação aumentou a tensão entre os dois países e a oposição dos turcos ao regime de Bashar Assad, que enfrenta confrontos violentos com grupos armados de opositores desde março de 2011.
Negociação
Ainda ontem, em Teerã, o ministro iraniano de Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, entregou ao mediador internacional Lakhdar Brahimi uma "proposta informal" para tentar por um fim ao sangrento conflito na Síria. Salehi disse à rede de televisão em árabe Al Alam ter entregue a Brahimi e também a Egito, Arábia Saudita e Turquia "uma proposta informal detalhada com o objetivo de resolver a crise síria". O chefe da diplomacia iraniana não deu detalhes sobre o conteúdo da proposta e acrescentou apenas que Teerã manteria os esforços do emissário internacional.
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