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Disputa

Turquia bombardeia insurgentes curdos no Iraque

Caças e helicópteros de ataque da Turquia atingiram alvos de insurgentes curdos no norte do Iraque nesta quarta-feira, um dia após um ataque do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) ter deixado oito soldados turcos mortos no sudeste da Turquia. O confronto da terça-feira, quando o PKK atacou o exército turco com morteiros e propulsores de granadas, foi o mais violento dos últimos meses e deixou 26 insurgentes mortos. Os militares turcos dizem que um guerrilheiro do PKK foi capturado vivo.

O PKK usa o norte do Iraque, também habitado por curdos, como uma base para ataques no solo turco, na sua luta desde 1984 pela autonomia das províncias curdas da Turquia. O conflito deixou dezenas de milhares de mortos. Numerosos ataques aéreos da Turquia contra o norte do Iraque, nas últimas décadas, tiveram resultados mistos. Após a retirada das tropas turcas da região de fronteira, montanhosa e esparsamente povoada, os rebeldes costumam a atravessar a fronteira de volta à Turquia.

Os militares turcos disseram nesta quarta-feira que os caças e helicópteros atingiram "efetivamente" alvos dos rebeldes curdos no norte do Iraque. O comunicado não entra em detalhes mas afirma que as forças turcas continuarão os ataques "com determinação e até atingir os resultados". A escalada na violência ocorre em um momento que o governo turco tenta se reconciliar com a minoria curda, de cerca de 20% dos 75 milhões de habitantes do país. O ensino do idioma curdo passou a ser permitido e o governo aumentou os investimentos nas províncias curdas, no sudeste do país.

O presidente da região autônoma do Curdistão iraquiano, Massud Barzani, pediu nesta quarta-feira que a Turquia resolva de maneira política seus problemas com sua minoria curda. "O tempo para as guerras e as armas já passou", disse Barzani em entrevista à televisão estatal turca, a qual começou a transmitir em sorani, um dialeto curdo falado no norte do Iraque e em partes do oeste do Irã. Barzani disse que a continuação da luta apenas trará mais "carnificina". Ao transmitir nos dois maiores dialetos curdos, o falado na Turquia e escrito com alfabeto latino e o falado no Iraque e Irã e escrito com alfabeto arábico, a televisão da Turquia tenta atingir culturalmente populações curdas dentro e fora do seu território. Apesar da violência, nos últimos anos os interesses econômicos e comerciais melhoraram a relação entre o governo turco e a liderança política do Curdistão iraquiano.

O vice-primeiro-ministro da Turquia, Bulent Arinc, pediu aos rebeldes curdos "que abaixem as armas", enquanto em Ancara milhares de turcos, com bandeiras do país, foram às mesquitas para os funerais dos soldados mortos.

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