O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta sexta-feira que Israel deve pedir desculpas pela violenta invasão a um navio turco que se dirigia à Faixa de Gaza, no ano passado, e suspender o bloqueio imposto ao território palestino se quiser normalizar as relações bilaterais. Israel rejeitou as propostas.
Em discurso ao Parlamento, em meio à expectativa de divulgação de um relatório da ONU sobre a ação, o premiê deu sinais de que não abrandará o rompimento com Israel, apesar de recentes relatos de que os dois lados teriam mantido reuniões secretas para se reaproximarem.
O governo turco vem repetidamente exigindo um pedido de desculpas e um pagamento de indenização pela morte de nove ativistas turcos pró-palestinos no incidente naval do ano passado.
"A normalização das relações entre os nossos dois países é impensável a não ser que Israel peça desculpas por esse ato ilegal, que é contra todos os valores e o direito internacionais, que pague indenização aos parentes dos que perderam a vida nesse atroz evento, e suspenda o embargo a Gaza", disse Erdogan.
Israel concordou em princípio apenas com o pagamento da indenização, mas descartou o pedido de desculpas, alegando que seria injustificado e desonroso.
Em declarações na ao canal 1 da TV israelense, nesta sexta, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, rejeitou novamente o apelo de Erdogan por um pedido de desculpas, e disse esperar que o relatório da ONU legitime as ações de seu país.
"Israel não cometeu nenhum crime... (Na minha opinião) a comissão Palmer vai (dizer que) Israel agiu de acordo com o direito internacional. O bloqueio é legal, conter os navios é legal, o uso da força nessas circunstâncias é justificado", disse Barak.