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Turquia

Turquia: Irã propõe termos para parar enriquecimento de urânio

O Irã prometeu que deixará de enriquecer urânio até 20 por cento de pureza se as potências mundiais concordarem com uma troca proposta de combustível nuclear, disse na quarta-feira o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu.

Transmitida ao ministro turco no domingo, a oferta pode representar um presságio positivo para a retomada prevista das negociações em setembro entre o Irã e seis grandes potências mundiais, sobre o programa nuclear da República Islâmica.

A última vez em que o Irã negociou com as potências - Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia - foi em outubro de 2009. Os seis países temem que o Irã esteja construindo armas nucleares em segredo. Teerã nega ter quaisquer planos nesse sentido.

Em fevereiro o Irã anunciou que começara a enriquecer urânio até um grau de 20 por cento de pureza, contra cerca de 3,5 por cento de pureza anteriormente, com isso suscitando receios de que possa estar planejando enriquecer urânio em graus ainda maiores e produzir material próprio para a fabricação de armas nucleares.

Desde junho, novas sanções foram impostas ao Irã pelas Nações Unidas, os Estados Unidos e, na segunda-feira, a União Europeia, reforçando as pressões sobre Teerã.

Uma das exigências formuladas nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU é que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio em todos os níveis.

Em maio a Turquia e o Brasil mediaram em Teerã um acordo de troca de combustível nuclear iraniano, esperando que isso atrairia o Irã e as grandes potências de volta à mesa de negociações, mas as seis potências reagiram ao plano com frieza.

Davutoglu, que no domingo se reuniu com seus colegas iraniano, Manouchehr Mottaki, e brasileiro, Celso Amorim, disse que o Irã está disposto a dissipar as preocupações com relação a seu programa de enriquecimento, desde que a troca proposta de combustível nuclear siga adiante.

"Outra mensagem importante transmitida por Mottaki durante sua visita à Turquia foi que, se o acordo de Teerã for assinado e o Irã for suprido do combustível necessário para suas atividades de pesquisa, o Irã não continuará a enriquecer urânio a 20 por cento", disse Davutoglu em coletiva de imprensa concedida com o ministro do Exterior alemão Guido Westerwelle, que visitava o país.

Na segunda-feira o Irã enviou uma carta à Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena, dizendo estar pronto a negociar os detalhes da troca de 1.200 quilos de seu próprio urânio enriquecido a 3 por cento por 120 quilos de urânio enriquecido a 20 por cento. Davutoglu pediu que sejam iniciadas no menor prazo possível as discussões sobre o assunto com o Grupo de Viena, composto pela Rússia, França, Estados Unidos e a Agência Internacional de Energia Atômica.

"As desavenças devem ser deixadas de lado, e as negociações entre o Grupo de Viena e o Irã devem ser iniciadas já", disse ele. "À medida que forem feitos avanços nessas negociações técnicas, os dois lados passarão a confiar mais um no outro."

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