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Lei aprovada

Governo turco terá mais controle sobre redes sociais

hagia sofia
Erdogan visita Hagia Sophia em Istambul, em 19 de julho de 2020, durante transformações para abertura como mesquita (Foto: Divulgação/Presidência da Truquia/AFP)

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Foi aprovada pelo Parlamento da Turquia nesta quarta-feira (29) uma lei que concede ao governo do país poder de regulação do conteúdo das mídias sociais. Segundo o texto, plataformas do gênero que tenham mais de um milhão de usuários diários, como Facebook, Twitter e YouTube, devem abrir escritórios na Turquia. As companhias que se recusarem a cumprir a determinação podem sofrer duras penalidades, como a redução da largura da banda dos sites, que poderia torná-los inacessíveis.

A lei também prevê que as empresas devem responder, em 48 horas, a demandas individuais e do governo quanto ao bloqueio ou remoção de conteúdos considerados ofensivos que estejam hospedados nas plataformas. O descumprimento desse ponto prevê multa que ultrapassa os US$ 700 mil (cerca de R$ 3,5 milhões).

A maioria do Parlamento turco é formada por membros do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), o mesmo do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. Os políticos argumentam que a legislação aprovada hoje é necessária para proteger os cidadãos da Turquia contra crimes cibernéticos. Ocorre que a nova lei vai ao encontro dos recentes esforços feitos pela gestão Erdogan de controlar a mídia no país, vez que, atualmente, mais de 90% da mídia tradicional turca é controlada por conglomerados ligados ao governo.

O programa Human Rights Watch emitiu um alerta sobre o perigo da aprovação da lei, horas antes da votação ser realizada. “A nova lei permitirá ao governo turco controlar a mídia social, remover conteúdo à vontade e marcar arbitrariamente usuários individuais. A mídia social é uma tábua de salvação para muitas pessoas que a usam para acessar notícias, então essa legislação sinaliza uma nova era sombria da censura online”, escreveu no comunicado Tom Porteous, vice-diretor de programa.

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