A Turquia vai permitir que os EUA e seus aliados usem suas bases militares para lançar operações contra os militantes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. A informação foi dada por funcionários do Departamento de Defesa dos EUA em Arequipa, no Peru, onde o secretário Chuck Hagel estava em visita oficial neste domingo.
O progresso das negociações entre os EUA e a Turquia pode não ser suficiente para impedir que o Estado Islâmico tome o controle da cidade síria de Kobani, junto à fronteira turca. A região é de etnia preponderantemente curda e combates intensos prosseguiam no domingo entre os militantes do Estado Islâmico e as milícias curdas, chamadas Peshmerga; aviões militares dos EUA e de seus aliados lançaram pelo menos cinco ataques hoje contra os militantes, mas eles continuaram a reforçar seu controle sobre partes da cidade.
Washington vem pressionando a Turquia a assumir um papel maior no combate ao Estado Islâmico, uma força extremista que nos últimos meses assumiu o controle de regiões na Síria e no Iraque. Mas, como os curdos tentam construir seu próprio Estado nas regiões onde são maioria (norte da Síria e do Iraque e leste da Turquia), Ancara até agora evitou atacar o Estado Islâmico diretamente.
Assim como os EUA, a Turquia quer ver derrubado o governo do presidente Bashar al-Assad, na Síria, que também combate o Estado Islâmico. Segundo os funcionários norte-americanos, o governo turco concordou em treinar "forças moderadas sírias". Um funcionário do governo da Turquia disse que poderão ser treinados ali até 4 mil combatentes de oposição a Assad, mas que eles terão de passar antes por verificações de segurança.
Aviões de combate dos EUA e dos outros países envolvidos na ofensiva poderão usar bases aéreas turcas, inclusive a de Incirlik, no sul do país, normalmente usada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar liderada pelos EUA), da qual a Turquia faz parte.
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