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O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ali Babacan, propôs ontem a formação de um grupo de cooperação regional para estabilizar a região do Cáucaso depois do início do conflito entre a Rússia e a Georgia.

O grupo incluiria a própria Turquia e quatro nações do Cáucaso – Rússia, Georgia, Azerbaijão e Armênia. Babacan fez a proposta durante a visita da ministra das Relações Exteriores da Georgia, Eka Tkeshelashvili, à Turquia. Ela afirmou que a Georgia deve considerar tal proposta se as forças russas deixaram o país. "É difícil pensar em cooperação sem a implementação completa do cessar-fogo", afirmou.

"Primeiro, vamos esperar a Rússia cumprir sua promessa. Não tomaremos parte na cooperação antes de sabermos se a Rússia pode ser um parceiro confiável," disse Tkeshelashvili.

A chamada Plataforma para a Estabilidade e Cooperação no Cáucaso também incluiria a Armênia e o Azerbaijão, duas nações do sul do Cáucaso que, na década de 1990, entraram em guerra pela posse de Nagorno-Karabakh, um território do Azerbaijão que é majoritariamente povoado por armênios. Após expulsar os azeris, os armênios locais declararam a independência. Cerca de 30 mil pessoas foram mortas e 1 milhão viraram refugiadas antes que a trégua fosse firmada em 1994. Atualmente, um cessar-fogo está em vigor na região.

A persistente troca de tiros ao longo da fronteira entre a Armênia e o Azerbaijão e nas regiões próximas a Nargono-Karabakh aumentou o temor de mais uma guerra. A Turquia, contrária à ocupação armênia de Nagorno-Karabakh, não tem relações diplomáticas com a Armênia e a fronteira entre os dois países ficou fechada durante anos. A Armênia insiste que as matanças de 1,5 milhão de armênios, entre 1915 e 1923, devem ser reconhecidas pela nação turca como genocídio. A Turquia argumenta que os números foram inflados e as mortes são resultado da guerra civil no final do Império Otomano.

Uma delegação turca deve visitar a Armênia nesta semana para conversar sobre o pacto. O chanceler russo Sergei Lavrov visitará a Turquia na terça-feira para discutir a proposta.

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