O Exército sírio continuou bombardeando a cidade rebelde de Homs nesta quarta-feira (8), enquanto a Turquia propôs uma ação internacional para proteger os civis acuados pela ação militar de Damasco, o que pode causar a ira da Rússia e da China. A oposição alega que dezenas de outras pessoas foram mortas durante esta quarta-feira, numa situação que lembra o cerco do governo líbio a Benghazi durante a guerra civil do ano passado. A ofensiva também deixa cada vez mais isolado o governo de Bashar al-Assad, num processo cuja conclusão é totalmente indefinida. "Vi muitas famílias serem mortas nesta semana", disse um ativista chamado Ahmed, um contabilista de 28 anos que vivem em Homs. "Agora sinto que estou simplesmente esperando para ser o próximo a morrer".
Homs é um dos principais redutos da oposição nos 11 meses de protestos pela renúncia de Assad, que são parte da chamada Primavera Árabe. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 5.000 pessoas já tenham morrido na repressão governamental, mas Assad diz estar sendo vítima de "grupos terroristas" patrocinados pelo exterior. Falando à Reuters antes de embarcar para Washington, onde discutirá a situação síria, o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse que seu país não pode mais ficar impassível diante do massacre cometido por seu ex-aliado Assad, e que por isso Ancara pretende realizar uma conferência internacional para buscar formas de acabar com o derramamento de sangue. "Não basta ser um observador. É hora de enviar uma mensagem forte ao povo sírio, de que estamos com ele", acrescentou o ministro, evitando antecipar que tipo de ação a Turquia e seus aliados poderiam propor. "Toda a comunidade internacional deveria trabalhar junta para ajudar", disse Davutoglu. "Especialmente (ajudar) aos que não podem nem ir de uma rua a outra em Homs. A gente tem fotos de crianças correndo de uma casa para outra sob ataque da artilharia. Eles não podem continuar com esses métodos de opressão". Moradores e ativistas disseram que os tanques e a artilharia do Exército continuam bombardeando bairros residenciais de Homs, demolindo prédios residenciais. Eles relataram também a ação de franco-atiradores sobre telhados, e a escassez de água, alimentos e suprimentos médicos.
A imprensa estatal disse que "terroristas" mataram 30 soldados e policiais na terça-feira, além de causarem uma explosão em uma refinaria. Por causa da posição da Síria no coração do Oriente Médio, com uma explosiva composição étnica e religiosa e um governo aliado do Irã, governos estrangeiros descartam uma ação militar para ajudar a oposição, a exemplo do que ocorreu no ano passado na Líbia, então sob o domínio do coronel Muammar Gaddafi. A implantação de corredores para o envio de ajuda e a retirada de civis, ou de acordos para cessar-fogo, parecem ser opções mais plausíveis. Nesta quarta-feira, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, se disse "perplexa com o assalto deliberado do governo sírio à cidade de Homs, e com seu uso de artilharia e de outras armas pesadas no que parecem ser ataques indiscriminados contra áreas civis da cidade".
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