Turquia recebeu o primeiro lote do sistema de defesa antimísseis S-400 da Rússia em 12 de julho de 2019| Foto: Alexander NEMENOV/AFP

A Turquia começou a receber o sistema de defesa aérea S-400 da Rússia, informou o Ministério da Defesa da Turquia nesta sexta-feira (12), completando um acordo que tem incomodado os aliados da Turquia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e deve provocar sanções dos Estados Unidos.

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Os primeiros componentes do sistema chegaram a uma base aérea em Ancara, capital turca, na sexta-feira.

Avião russo Antonov depois aterrissa na base aérea militar Murted, em Ankara, em 12 de julho | Foto: DHA / Agência de Notícias Demiroren (DHA)/AFP| Foto: AFP
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Não houve reação imediata da administração Trump, que havia dado sinais mistos sobre como os Estados Unidos poderiam responder se a Turquia desse seguimento com o acordo. Autoridades americanas, incluindo o secretário de Estado, Mike Pompeo, advertiram sobre as terríveis repercussões, incluindo o cancelamento das vendas de jatos F-35 para Ancara e a imposição de sanções sob a lei de 2017, de cooperação com adversários.

Mas o presidente Donald Trump tem apoiado publicamente o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e no mês passado expressou simpatia pela decisão de Erdogan de comprar os S-400. Erdogan, depois de se encontrar com Trump na Cúpula do Grupo dos 20 em junho, disse que não acredita que os EUA sancionem a Turquia.

Erdogan defendeu a aquisição do sistema russo de US$ 2,5 bilhões como parte do direito soberano da Turquia de se defender, e disse que tentou comprar o sistema de defesa aérea Patriot feito nos EUA, mas não recebeu ofertas favoráveis. Sua decisão de buscar o acordo com a Rússia, no entanto, traz riscos consideráveis, incluindo a exposição de empresas turcas a possíveis sanções devastadoras, à medida que a economia do país sofre.

Presidente russo, Vladimir Putin, cumprimenta o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à margem da cúpula dos líderes do G20 em Osaka, no Japão | Foto: Yuri KADOBNOV/AFP| Foto: AFP

A Lei para Conter Adversários da América por meio de Sanções (CAATSA), de 2017, impõe sanções dos EUA contra qualquer um que faça um acordo "significativo" com a indústria de defesa russa. Sob a legislação, Trump também pode suspender as sanções por até 180 dias depois de serem acionadas.

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Autoridades norte-americanas temem que a posse da S-400 pela Turquia possa dar à Rússia acesso a segredos da tecnologia furtiva do F-35. No mês passado, o Pentágono disse que suspenderia o treinamento de pilotos turcos para pilotar o avião de guerra.

"A compra do sistema de defesa antimísseis e ar russo S-400 permanece incompatível com o programa F-35. A Turquia não poderá ter os dois sistemas", disse o tenente-coronel Mike Andrews, porta-voz do Pentágono, na semana passada.