Paris (AFP) Devido à presença do vírus H5N1 em 14 pessoas, as autoridades turcas declararam estado de alerta em sete hospitais. Ontem, cinco novos casos foram confirmados. Duas das vítimas morreram na semana passada, tornando-se as primeiras vítimas fatais da doença fora do sudeste asiático e da China. Na Ásia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou, desde 2003, um total de 142 casos humanos, dos quais 74 foram mortais.
Doze habitantes de Istambul que apresentaram sintomas da gripe aviária tiveram resultados negativos em exames para detectar a presença do vírus, anunciou ontem o Ministério turco da Saúde. O governador de Istambul, Muammer Guler, anunciou um iminente e maciço sacrifício de aves de criação e pássaros em bairros da periferia da cidade, onde vivem muitos imigrantes que se dedicam à criação de frangos.
A multiplicação de casos humanos de gripe das aves na Turquia pode ter ocorrido devido às condições da criação dos animais e de uma detecção tardia do vírus H5N1, que pode ter circulado durante algum tempo sem ser identificado pelas autoridades sanitárias, avaliaram ontem encarregados das organizações mundiais de saúde humana e animal, respectivamente OMS e OIE. Análises de laboratório feitas em aves locais reforçam a hipótese de que o vírus H5N1 foi trazido da Ásia pelas aves migratórias, disse Bernard Vallat, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Posteriormente, pode ter se espalhado através de intercâmbios comerciais. "O vírus circula nas explorações familiares, provavelmente há várias semanas, sem ter sido detectado porque, inicialmente, se encontrava em áreas de difícil acesso no inverno", explicou Vallat.
Além disso, a população vive em contato direto com os frangos, "que no inverno entram nas casas", acrescentou, insistindo em que, com as baixas temperaturas, o vírus pode sobreviver um mês e se propagar com mais facilidade.
